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Avó de jogador da Suíça diz que filho cometeu erros, mas não era traficante
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A avó paterna do meia-atacante suíço de origem brasileira Julian Moos, Maria Weiss-Eggmann, nega que seu filho, o pai do jogador do St. Gallen, tenha sido um traficante de drogas.
Em entrevista publicada pelo "Blog do Rafael Reis", na última segunda-feira, o atacante da seleção sub-21 da Suíça havia dito que seu pai, Luciano Patrick Gonzalez de França, morto em 2017, em São Gonçalo (RJ), "mexia com tráfico de drogas" e "também se envolveu com roubos".
De acordo com Weiss-Eggmann, a confusão se deve ao fato de Moos ter sido criado distante do pai desde o começo da infância e ter pouco contato com a família, mesmo com a parte que continua vivendo na Suíça, caso da avó. O jogador tem dois meios-irmãos por parte paterna, um vive perto dele e o outro no Rio de Janeiro.
"Eu vou aos jogos do St. Gallen, ele me segue nas redes sociais, mas não temos contato. Nós somos uma família muito feliz, muito unida. E, no dia que ele quiser saber a verdade sobre o pai, nós estaremos aqui para contá-la", afirmou Marion, como costuma ser chamada, em contato telefônico.
Ainda segundo Weiss-Eggmann, seu filho realmente fez "muita coisa errada" ao longo da vida e chegou a ser deportado da Suíça quando tinha 21 anos, o que levou ao afastamento definitivo do filho.
"Mas eram coisas ligadas a brigas, violência de rua. Traficante, ele nunca foi", disse.
Alguns anos depois que chegou ao Brasil, França realmente foi indiciado por tráfico de drogas e ficou oito meses preso por isso. Mas, de acordo com sua mãe, ele era apenas usuário de maconha e foi pego pela polícia enquanto estava comprando droga para consumo próprio.
"O último advogado que contratei me disse que era para ele ter saído da prisão já no primeiro dia. Mas demorou oito meses. Quando ele saiu, estava paralítico e com tuberculose. Mas o Luciano se recuperou e tinha reconstruído a vida. Ele foi morto em janeiro de 2017, um mês antes do julgamento que provaria sua inocência."
Como nunca obteve a absolvição na Justiça, Weiss-Eggmann resolveu publicar um livro que contasse a história completa do seu filho.
A biografia "Encontros e Desencontros no Caminho da Luz" conta também com uma versão em alemão "Begegnugen und Verfehlungen auf dem Weg zum Licht" para poder ser lido por seus colegas e conhecidos na Suíça.
"Meu filho cresceu na Suíça [morou lá dos nove aos 21 anos], nem teria malandragem suficiente para se envolver com o tráfico no Brasil. Ele era estudado, nunca tinha mexido com arma."
Sobre a morte do filho, descrita por Von Moss como algo "que teve a ver com criminalidade", que ele mesmo não soube descrever muito, Weiss-Eggmann confirmou que ela teve sim conexão com bandidos, mas com traficantes que Luciano sequer conhecia.
"Nessa época, ele estava trabalhando com táxi e vinha conversando com uma menina por mensagens de celular. Depois de duas semanas, ela o chamou para sair. Ele foi encontrá-la na favela, mas se deparou com traficantes que o espancaram e mataram", completou.
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