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O que esperar da Coreia do Sul, adversária do Brasil nas oitavas da Copa?
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Heung-min Son pega a bola ainda no campo de defesa e parte em disparada contra três defensores adversários. Mesmo cercado por tantos marcadores, ele encontra uma brecha, dá um passe milimétrico e coloca Hee-chan Hwang em condições de finalizar.
O gol que decretou a virada da Coreia do Sul sobre Portugal, na última sexta-feira, serve como demonstrativo dos cuidados que o Brasil precisa ter na partida contra a equipe asiática, às 16h (de Brasília) de amanhã, no estádio 974, em Doha, pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Qatar-2022.
Para começar, é obrigatório que Son não tenha espaço para jogar. Não é à toa que o camisa 7 sul-coreano construiu uma carreira de sucesso na Premier League inglesa, o campeonato nacional de maior nível técnico do planeta (já são oito temporadas dividindo o protagonismo do Tottenham com Harry Kane).
O astro asiático é rápido, habilidoso e finaliza muito bem. Mas sua maior virtude é a inteligência muito acima da média, que faz dele um dos melhores atacantes do futebol mundial. O capitão do próximo adversário do Brasil tem uma leitura de jogo digna dos grandes craques, o que faz dele um exímio organizador de ataques e criador de jogadas.
A dupla com Hwang, enfim recuperado de uma lesão que minou seu início de Mundial, funciona muito bem porque o centroavante também está acostumado às movimentações típicas da elite do futebol da Inglaterra e dá as opções de passe pelas quais Son tanto implora. O camisa 9 já passou pelo RB Leipzig e atualmente defende o Wolverhampton.
Outra preocupação que o Brasil precisa ter é um velho clichê, mas que ainda faz muito sentido. A Coreia do Sul corre muito, mas muito mesmo. Seus jogadores são velozes ao extremo e vão aprontar uma correria danada para cima dos combalidos por problemas físicos ou improvisados laterais que Tite levar a campo.
Ainda que, sob comando do português Paulo Bento, a seleção asiática tenha deixado de depender exclusivamente dos contra-ataques e adquirido o hábito de controlar a posse de bola, é pouco provável que essa faceta apareça no confronto das oitavas de final.
Ciente de que toda a responsabilidade no mata-mata está nas costas do Brasil, a Coreia deve jogar com as linhas de marcação mais baixas e apostar nas saídas em velocidade sobretudo pelos lados do campo. Por isso, é necessário que os pentacampeões mundiais encontrem um antídoto para conter essa correria toda.
Ficar entre os oito primeiros colocados de um Mundial é praticamente uma obrigação histórica na tradição brasileira. A última vez que a seleção não chegou às quartas foi 32 anos atrás, na Itália-1990, quando foi eliminada pela Argentina, nas oitavas.
O vencedor do confronto entre a equipe canarinho e os sul-coreanos enfrentará na próxima rodada dos mata-matas o ganhador de Japão x Croácia, que fazem o outro jogo de amanhã, ao meio-dia, em Al-Wakrah.
A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e conta com a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e é baixa -além disso, Alemanha e Uruguai foram eliminados na primeira fase.
O torneio está sendo disputado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.
Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
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