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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Filho de ministro, goleiro croata adiou sonho de ser diplomata pelo futebol

Livakovic, goleiro da Croácia, defendeu três pênaltis do Japão nas oitavas de final - Clive Brunskill/Getty Images
Livakovic, goleiro da Croácia, defendeu três pênaltis do Japão nas oitavas de final Imagem: Clive Brunskill/Getty Images

07/12/2022 04h00

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Herói da classificação da Croácia para as quartas de final da Copa do Mundo e próximo adversário do Brasil no Qatar-2022, o goleiro Dominik Livakovic está concretizando nos gramados do Oriente Médio o seu sonho: defender o nome e representar os interesses do seu país no exterior.

Antes de deixar os estudos de lado para se dedicar exclusivamente à carreira no futebol, o arqueiro de 27 anos chegou a começar uma faculdade de relações internacionais. Seu objetivo de ser tornar diplomata precisou ser adiado para depois do encerramento da carreira.

"Hoje, a minha família comemora que eu troquei os livros pela bola, mas planejo cursar a faculdade um dia", disse o jogador, que era reserva na equipe vice-campeã mundial em 2018 e assumiu a titularidade depois da aposentadoria da seleção de Danijel Subasic.

O goleiro, que defendeu três cobranças na disputa de pênaltis contra o Japão, na segunda-feira, não tem uma origem humilde. Muito pelo contrário, é filho de uma influente família acostumada a frequentar os ambientes de poder da Croácia.

Seu avô paterno foi um importante médico nos tempos em que o país ainda havia parte da antiga Iugoslávia. Já seu pai, um engenheiro de formação, ocupou o cargo de ministro da Infraestrutura já na nação independente.

A paixão pelo esporte também é uma herança familiar. Seu avô era sócio de um clube de basquete em Zadar, cidade natal de Livakovic. Até mergulhar de vez no futebol, o goleiro do Dínamo Zagreb, que possui 1,87 m de altura, também se arriscou em treinar fazendo bandejas e arremessando bolas na cesta.

A partida entre Croácia e Brasil, sexta-feira, a partir das 12h (de Brasília), no estádio Cidade da Educação, em Al-Rayyan, será a primeira das quartas de final do Qatar-2022. O vencedor enfrentará na semifinal o ganhador do outro confronto do dia, entre Holanda e Argentina.

Um detalhe interessante sobre a história croata em Mundiais é que, todas as vezes em que a seleção conseguiu passar da fase de grupos, ela terminou pelo menos entre as quatro melhores da competição. Isso aconteceu em 1998 (terceira colocação) e também na Copa passada.

Outro dado importante é que a equipe comandada por Zlatko Dalic é especialista em jogos de 120 minutos. Contando a Rússia-2018 a atual edição da Copa, ela disputou quatro prorrogações (apenas a derrota para a França, na final). E três delas se arrastaram também para a disputa de pênaltis, onde Livakovic tem a chance de mais brilhar.

A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e teve a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e é baixa -Alemanha, Uruguai e Espanha já foram eliminadas.

O torneio está sendo disputado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.

Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.

Copa do Mundo - quartas de final

09/12, às 12h - Croácia x Brasil, Cidade da Educação, em Al-Rayyan
09/12, às 16h - Holanda x Argentina, Nacional, em Lusail
10/12, às 12h - Marrocos x Portugal, Al-Thumama, em Doha
10/12, às 16h - Inglaterra x França, Al-Bayt, em Al-Khor