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Por que técnico da Holanda na Copa tem fama de gênio... e de louco?
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Louis van Gaal produziu um dos grandes momentos da história das Copas do Mundo neste século. Em 2014, segundos antes do encerramento da prorrogação das quartas de final contra a Costa Rica, ele resolveu substituir o goleiro da Holanda para ir à decisão de pênaltis com um atleta mais competente nesse tipo de disputa.
A estratégia deu certo, os neerlandeses ganharam por 4 a 3, avançaram na chave do torneio e terminaram na terceira colocação (com uma vitória por 3 a 0 sobre o anfitrião Brasil no jogo entre os perdedores das semifinais).
A cena ocorrida oito anos atrás e descrita nos parágrafos acima mostra bem dois dos traços mais marcantes da personalidade do treinador da seleção holandesa, que volta hoje, contra a Argentina, a partir das 16h (de Brasília), em Lusail, a disputar uma partida de quartas do Mundial.
Uma parte considerável dos jogadores que já trabalharam com Van Gaal, um veterano de 71 anos que ganhou a Liga dos Campeões da Europa com o Ajax (1995) e também foi campeão nacional com Barcelona, Bayern de Munique e AZ Alkmaar, costuma defini-lo como um gênio.
Afinal, o neerlandês é um dos poucos treinadores do mundo que realmente consegue pensar fora da caixinha e encontrar soluções que não estão no "manual da profissão" para problemas que surgem no cotidiano do seu trabalho.
Van Gaal é um técnico disruptivo, que não segue tendências pré-estabelecidas e prefere criar ele mesmo outros modelos de jogo e estratégias de treinamento.
Nisso, ele faz parte do mesmo grupo em que habitam nomes como Pep Guardiola (Barcelona), Jürgen Klopp (Borussia Dortmund) e seu compatriota e principal mentor, Rinus Michels, o pai da Laranja Mecânica e do futebol total apresentado pela Holanda no Mundial-1974.
Só que Van Gaal não é unanimidade. Na verdade, está muito longe de gozar desse status. Uma outra parcela significativa de atletas que ele já comandou prefere descrevê-lo com um adjetivo bem menos glamouroso do que gênio: louco.
É que o técnico da Holanda não esconde de ninguém que é obsessivo, detalhista e corajoso ao extremo. Se não fosse assim, jamais bancaria a ideia de trocar de goleiro justamente na hora pela qual os atletas da posição mais anseiam (é na disputa de pênaltis que eles se consagram), correndo o risco de "perder o grupo".
Também não teria quebrado o pau com nomes como Rivaldo (Barcelona), Lúcio (Bayern de Munique) e Ángel di María (Manchester United). Mesmo ciente de que esses jogadores possuíam qualidade técnica suficiente para melhorar os times que comandava, Van Gaal preferiu descartá-los ou deixá-los em segundo plano porque não se encaixavam dentro da sua concepção de futebol.
Com esse misto de genialidade e loucura, o técnico da Holanda transforma suas entrevistas coletivas em espetáculos com apenas um protagonista: ele próprio. Na conversa com jornalistas antes da partida contra a Argentina, ele ofendeu membros da imprensa e deixou constrangido o atacante Memphis Depay, seu antigo desafeto no United e hoje principal atacante da seleção, ao pedir que o beijasse na boca.
A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e teve a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e é baixa -Alemanha, Uruguai e Espanha já foram eliminadas.
O torneio está sendo disputado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.
Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.
Copa do Mundo - quartas de final
Hoje, às 12h - Croácia x Brasil, Cidade da Educação, em Al-Rayyan
Hoje, às 16h - Holanda x Argentina, Nacional, em Lusail
10/12, às 12h - Marrocos x Portugal, Al-Thumama, em Doha
10/12, às 16h - Inglaterra x França, Al-Bayt, em Al-Khor
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