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Endrick e crise nas laterais: o que esperar da seleção para a Copa-2026?
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Ao contrário de eliminações anteriores em Copas do Mundo, como a derrota para a França nas quartas de final da Alemanha-2006 ou o traumático 7 a 1 contra a Alemanha nas semifinais do Brasil-2014, a seleção não sai do Qatar-2022 com clima de terra arrasada.
Por causa do trabalho consistente feito por Tite ao longo dos últimos seis anos e também da grande quantidade de jovens levados ao Oriente Médio, o próximo comandante da equipe pentacampeã mundial herdará uma base já pronta para iniciar o trabalho visando a próxima edição do torneio de futebol mais importante do planeta.
A menos que tenham uma queda drástica de rendimento ou que vejam o surgimento de concorrentes de nível técnico muito elevado, a maior parte dos titulares da equipe canarinho nesta Copa deve continuar tendo papel de destaque no novo ciclo e manter seus postos para o próximo Mundial, que será jogado em 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México.
Dos 11 titulares escalados por Tite na eliminação para a Croácia, apenas o zagueiro Thiago Silva (38 anos) e o lateral direito Danilo (31) dificilmente terão condições de prosseguir na equipe ideal daqui três anos e meio. O lateral esquerdo Alex Sandro (31), que não começou jogando nas quartas de final por conta de problemas físicos, é outro que tende a perder espaço.
No miolo de zaga, a sucessão de Thiago Silva já está bastante encaminhada. Tudo indica que Éder Militão (Real Madrid), convocado para ser reserva no Qatar-2022, seja o novo companheiro de Marquinhos, um forte candidato também a assumir a braçadeira de capitão a partir de agora. Bremer (Juventus), Gabriel Magalhães (Arsenal) e Róger Ibañez (Roma) largam na frente somo substitutos imediatos da dupla.
Nas laterais, a situação é bem mais complicada. O Brasil vive uma entressafra na posição e há tempos sofre para produzir nomes que tenham apelo popular e também sejam de agrado dos treinadores. Esse foi, aliás, o motivo que fez Tite levar Daniel Alves (39) para a Copa.
Na direita, o jogador mais consolidado no cenário internacional para assumir a titularidade no novo ciclo é Emerson Royal (Tottenham), que chegou a ter algumas oportunidades na preparação para este Mundial. Mas há expectativas de que Vinícius Tobias (Real Madrid) ou Khellven (Athletico-PR) vinguem e entrem na briga por um lugar no setor.
A sucessão de Alex Sandro também não tem um nome definido. No momento, os dois principais candidatos são Caio Henrique, que vem se destacando no futebol francês com a camisa do Monaco, e Guilherme Arana (Atlético-MG), que só não foi ao Qatar porque precisou passar por uma cirurgia de joelho.
Ainda que sem necessidade de mudanças por questões etárias, outras três vagas no time titular do Brasil também podem mudar de mãos.
Uma delas é o posto de segundo homem de meio-campo, ocupado por Lucas Paquetá na Copa-2022. Cada vez mais consolidado na Inglaterra e vendo seu clube planejar voos ousados para as próximas temporadas, Bruno Guimarães (Newcastle) pode tranquilamente roubar o posto de camisa 8.
O futuro da ponta direita também está indefinido. Raphinha não aproveitou o voto de confiança dado por Tite e foi o titular que menos rendeu no Mundial. Antony (Manchester United), seu reserva imediato, exagerou nas jogadas individuais e também não convenceu. Com isso, quem pode acabar sendo escalado no setor é Rodrygo (Real Madrid), o mais versátil dos homens de frente que a seleção usou no Mundial.
O ex-jogador do Santos também pode ser o substituto de Neymar, caso ele decida se aposentar da seleção (ainda que seja pouco provável, o astro deixou a possibilidade em aberto na entrevista pós-eliminação) ou fazer o papel de centroavante.
Só que esse lugar, o de liderar o comando de ataque do Brasil na Copa disputada na América do Norte, tem um concorrente muito forte e cheio de badalação.
Ainda que Richarlison tenha mandado muito bem no Oriente Médio, o que deve lhe garantir a titularidade no início do novo ciclo, a expectativa é que o garoto Endrick (16) exploda de vez no Palmeiras/Real Madrid, tome a posição para si e faça a equipe canarinho voltar a ter um dos camisas 9 mais temidos do planeta, o que não acontece desde a geração de Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador.
Mas, antes de colocar em curso essa (pequena) reformulação de elenco, a CBF primeiro precisa definir quem será o próximo técnico da seleção, um nome local, como Fernando Diniz ou Mano Menezes, ou um estrangeiro, caso dos portugueses Abel Ferreira e Jorge Jesus.
Por enquanto, o Brasil ainda não tem nenhuma partida marcada para 2023. No entanto, o calendário da Conmebol prevê que as eliminatórias do próximo Mundial já comecem daqui a três meses, em março.
Possível Brasil para 2026: Alisson; Emerson Royal, Éder Militão, Marquinhos e Caio Henrique; Casemiro, Bruno Guimarães e Neymar; Rodrygo, Endrick e Vinícius Júnior
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