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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Na mira da seleção, Ancelotti ganha R$ 40 milhões a mais que Tite por ano

Carlo Ancelotti é um dos candidatos a assumir o comando da seleção brasileira - Getty Images
Carlo Ancelotti é um dos candidatos a assumir o comando da seleção brasileira Imagem: Getty Images

15/12/2022 04h00

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Um dos principais nomes cotados para assumir o comando da seleção brasileira após a eliminação para a Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar-2022, o italiano Carlo Ancelotti faria com que a CBF gastasse como nunca por um treinador.

Afinal, o salário atual do veterano de 63 anos no Real Madrid é 180% maior que o valor recebido por Tite ao longo do último ciclo. A diferença é de nada módicos 7 milhões de euros por ano (praticamente R$ 40 milhões).

Segundo o jornal francês "L'Équipe", Ancelotti é o sétimo técnico mais bem pago da atualidade. Seu rendimento na Espanha está na casa de 10,9 milhões de euros (R$ 62 milhões) por temporada.

Tite também é muito bem remunerado, mas para o mercado das seleções, que está em um patamar financeiro inferior e tradicionalmente gasta menos com salários. Durante os últimos quatro anos, ele faturou 3,9 milhões de euros (R$ 22,2 milhões) a cada 12 meses.

Aliás, nenhum técnico da Copa-2022 chega sequer perto do faturamento do vitorioso treinador italiano. O número um da folha de pagamentos das equipes nacionais é Hansi Flick, da Alemanha, com 6,5 milhões de euros (R$ 37 milhões) anuais.

Como ainda tem contrato válido com o Real até junho de 2024, não faria muito sentido para o Ancelotti abdicar do salário que recebe na equipe merengue para trabalhar na seleção brasileira ganhando menos.

Ou seja, para conseguir contratar o vencedor da última edição da Liga dos Campeões da Europa já nos próximos meses, a CBF teria de pelo menos igualar a grana desembolsada pelo clube espanhol. Ou, mais provável, fazer uma proposta financeira ainda melhor.

Antes mesmo do início do Mundial do Qatar, Ancelotti foi consultado pelo comando do futebol brasileiro sobre a possibilidade de trabalhar na seleção depois da Copa.

O italiano não fechou as portas para a ideia e admitiu abrir negociações dependendo do projeto apresentado. No entanto, fez uma ressalva de que não deixaria o Real antes do fim desta temporada, o que obrigaria o Brasil a ter um técnico interino durante o primeiro semestre de 2023.

A CBF já emitiu uma nota negando que tenha autorizado pessoas a procurar treinadores para substituir Tite. No mesmo documento, a entidade também disse que só anunciará o sucessor do atual comandante da seleção depois da virada do ano.

A contratação de um técnico estrangeiro é uma cobrança de longa data feita por jornalistas e grupos de torcedores diante do longo jejum de títulos do Brasil em Mundiais (em 2026, completarão 24 anos desde a última conquista).

A ideia foi rechaçada durante um bom tempo pela CBF. Mas, recentemente, o presidente Ednaldo Rodrigues admitiu que não vê nenhum problema em entregar o comando da seleção a um profissional nascido em outro país.

Além de Ancelotti, a entidade que gerencia o futebol pentacampeão mundial também procurou o espanhol Pep Guardiola, que descartou trocar o Manchester City pela equipe canarinho. Outro nome bem cotado é o do português Abel Ferreira, vencedor de duas edições da Libertadores pelo Palmeiras.

O Mundial terá no domingo uma nova seleção tricampeã mundial. A partir das 12h (de Brasília), a Argentina, vencedora em 1978 e 1986, e a França, ganhadora das edições de 1998 e 2018, duelam em Lusail pelo posto de melhor equipe nacional do planeta.

A Copa do Qatar é a primeira disputada no Oriente Médio e teve a participação de sete das oito seleções que já levantaram a taça. Pela segunda edição consecutiva, a tetracampeã Itália não conseguiu a classificação e foi baixa.

O torneio está sendo jogado no fim do ano, e não no seu período habitual (meses de junho e julho), por causa do calor que faz no país sede durante o auge do verão no Hemisfério Norte.

Essa é a última edição da competição da Fifa com o formato que vem sendo utilizado há 24 anos, desde a França-1998. A partir do Mundial seguinte, organizado por Estados Unidos, Canadá e México, serão 48 participantes na disputa pelo título.

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