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Como fim da Copa do Mundo no Qatar ameaça futuro do 'projeto PSG'
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O encerramento da Copa do Mundo do Qatar-2022 pode também representar os capítulos finais do projeto financiado pelo governo árabe que visa transformar o Paris Saint-Germain em uma das principais potências do cenário internacional do futebol.
O clube francês pertence desde 2011 ao QSI (Qatar Sports Investment), um fundo ligado aos mais altos escalões do país-sede do último Mundial que nunca economizou para atrair algumas das maiores estrelas do planeta, como Lionel Messi, Kylian Mbappé e Neymar.
Apesar de nunca ter falado abertamente sobre o tema, o governo qatari sempre tratou esse alto investimento feito no PSG como uma espécie de verba publicitária para melhorar a imagem do país entre os fãs de futebol (frequentemente ligado a acusações de desrespeito aos direitos humanos, especialmente em questões de gênero, de sexualidade e de exploração de trabalho similar à escravidão) e garantir o sucesso da Copa.
Vários indícios, vindos de diferentes lugares e pessoas, mostram que o PSG parece mesmo viver um fim de ciclo.
Logo nos primeiros dias da Copa-2022, o presidente e administrador do clube, Nasser Al-Khelaifi, admitiu em entrevista ao "TalkSport", que o governo do Qatar está disposto a vender parte das ações da equipe parisiense para investidores de outros setores.
Ainda que continue com o controle acionário do PSG, algo que, de acordo com Al-Khelaifi, não é negociável, o QSI já não poderá mais fazer o que "bem entender" com o time caso passe a ter sócios nesse negócio.
Todos os seus atos teriam de ser justificados aos parceiros, o que limitaria bastante, por exemplo, a atuação dos parisienses como elemento de propaganda do regime qatari.
Para completar a impressão de fim de ciclo no Parc-des-Princes, os três jogadores mais badalados do PSG vivem, de formas diferentes, momentos decisivos em relação a seu futuro no clube.
Campeão mundial com a seleção argentina no Qatar, Messi fica sem vínculo empregatício com a equipe francesa no fim da temporada e, a partir de 1º de janeiro, estará livre para assinar um pré-contrato com o time que bem entender. Existe sim uma boa chance de ele renovar com seu time atual (alguns veículos da imprensa francesa já cravam o acordo), mas uma volta ao Barcelona também é considerada.
O cenário dos próximos passos da carreira de Mbappé também são nebulosos. De acordo com o jornal espanhol "Sport", o atacante não está nada satisfeito com a diretoria parisiense por supostamente não ter conseguido "todos os poderes prometidos a ele na assinatura de contrato" e vai forçar a barra para ser negociado no encerramento desta temporada.
Já o caso de Neymar é um pouco diferente. O brasileiro tem contrato até 2025 e dificilmente deixará o clube mais cedo. No entanto, a diretoria francesa teme que, passado o Mundial e sem a conquista do tão sonhado hexa, o camisa 10 deixe de lado o foco mostrado ao longo dos últimos meses, pare de se dedicar tão arduamente aos treinos e volte a apresentar as mesmas deficiências de anos anteriores, com problemas físicos e comportamentais.
A temporada 2022/23 tem sido uma das melhores do PSG desde que o controle do clube foi assumido pelo governo do Qatar. A equipe da Cidade Luz ainda está invicta no Campeonato Francês (13 vitórias e dois empates) e já abriu cinco pontos de vantagem para o segundo colocado, Lens.
Na Liga do Campeões da Europa, Messi, Mbappé e Neymar também ainda não perderam. Mesmo assim, ficaram atrás do Benfica na fase de grupos e terminaram na segunda colocação da chave. Com isso, terão de enfrentar um peso-pesado, o Bayern de Munique, nas oitavas de final, a partir de fevereiro.
Ainda sem o elenco completo, o PSG tem disputado amistosos de intertemporada para se preparar para a retomada das competições. Seu primeiro compromisso oficial pós-Mundial será o jogo contra o Strasbourg, na próxima quarta-feira, na volta da Ligue 1.
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