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Rafael Reis

REPORTAGEM

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A 2 meses de Data Fifa, Brasil não tem técnico nem rivais para novo ciclo

Neymar ainda não sabe quem será o técnico da seleção no ciclo da Copa-2026 - JEWEL SAMAD / AFP
Neymar ainda não sabe quem será o técnico da seleção no ciclo da Copa-2026 Imagem: JEWEL SAMAD / AFP

21/01/2023 04h00

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Faltando dois meses para a primeira Data Fifa de 2023, a seleção brasileira não sabe bem como será o pontapé inicial do seu ciclo preparatório para a próxima Copa do Mundo, que será disputada em três anos e meio e terá sede tripla (Canadá, Estados Unidos e México).

A CBF não conseguiu definir quem será o substituto de Tite no comando da equipe pentacampeã mundial nem quais serão os seus adversários na janela dos dias 20 a 28 de março.

Como ainda não há uma definição sobre o início da disputa das eliminatórias sul-americanas (a ideia é que sua largada aconteça no segundo semestre), o mais provável é que a seleção aproveite a Data Fifa para jogar dois amistosos.

Mesmo com o começo do qualificatório da Euro-2024, há algumas equipes europeias com agenda disponível para compromissos nesse período. Bélgica, Suécia e Hungria, por exemplo, têm folgas no calendário que poderiam ser preenchidas com jogos contra o Brasil.

Caso não consiga se acertar com nenhuma dessas opções, a CBF terá de repetir a fórmula que vem sendo utilizada nos últimos anos (desde que os europeus reduziram o intercâmbio de amistosos contra o restante do mundo) e medir forças contra adversários de outros continentes.

O presidente Ednaldo Rodrigues já disse abertamente que não gostaria de recorrer a um treinador interino para os primeiros compromissos da seleção depois da queda nas quartas de final na Copa do Qatar-2022.

O problema é que as opções preferidas do comandante da CBF, como o italiano Carlo Ancelotti (Real Madrid) e o português José Mourinho (Roma), estão presos a contratos com clubes do primeiro escalão da Europa e precisariam esperar pelo menos o encerramento da temporada para negociar uma rescisão.

Outros nomes estrangeiros que vêm sendo cogitados, como Luis Enrique e Zinédine Zidane, estão livres no mercado, mas não são unanimidade: o espanhol falou durante o último Mundial que sua seleção jogava melhor que a brasileira, enquanto o francês, quando jogador, foi o principal algoz da equipe canarinho em duas Copas.

Mesmo alguns treinadores badalados no mercado nacional não estão em situação tão simples assim. O português Abel Ferreira (Palmeiras) e o brasileiro Fernando Diniz (Fluminense) acabaram de começar novas temporadas por seus times e precisariam negociar uma saída caso fossem escolhidos.

Por isso, não há tanta certeza que o nome do próximo comandante da seleção será tornado público já nos próximos dias, ainda que reuniões sobre o tema estejam sendo feitas. A não ser que a CBF tire algum coelho da cartola, esse anúncio ainda deve demorar mais um pouquinho.

E, nesse cenário, o novo treinador do time nacional mais vitorioso da história não terá tempo suficiente para fazer um estudo mais detalhado e minucioso das possibilidades de montagem de elenco antes da sua primeira convocação, para os compromissos da Data Fifa de março.

O Brasil chegará à Copa-2026 com o mais longo jejum de títulos mundiais desde que se tornou a melhor seleção do planeta pela primeira vez, em 1958. Serão 24 anos de espera a partir da conquista do penta (2002), mesmo período de seca que separa o tri (1970) e o tetra (1994).

O próximo Mundial será o maior da história e contará com a presença de 48 seleções (16 a mais que no formato encerrado na edição do ano passado). A América do Sul ganhou duas vagas extras e terá direito a seis representantes (uma sétima equipe do continente terá nova chance de classificação em uma repescagem global).