Topo

Rafael Reis

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Recorde mundial: por que o Chelsea gastou R$ 3,4 bi com reforços em um ano?

Reforço mais caro do Chelsea, Enzo Fernández custou sozinho R$ 673 milhões - Jacques Feeney/Offside/Offside via Getty Images
Reforço mais caro do Chelsea, Enzo Fernández custou sozinho R$ 673 milhões Imagem: Jacques Feeney/Offside/Offside via Getty Images

05/02/2023 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Quando Roman Abramovich foi obrigado a vender o Chelsea por causa da sua proximidade com Vladimir Putin e o apoio ao governo russo na guerra contra a Ucrânia, muitos se perguntaram se o time inglês continuaria tendo condições econômicas para fazer frente aos outros integrantes do primeiro escalão do futebol mundial.

A resposta do novo proprietário do clube, o norte-americano Todd Boehly, foi dada de uma forma que deixou o planeta boquiaberto.

Em apenas uma temporada, na soma das janelas de transferências do verão e do inverno europeu, os Blues torraram inacreditáveis 611,5 milhões de euros (R$ 3,4 bilhões) na contratação de jogadores para o seu elenco profissional.

O valor é o novo recorde mundial de investimento feito por um clube de futebol em melhorias do seu elenco no período de um ano na história da modalidade. Mas não é um recorde qualquer, batido por uma pequena margem de diferença. É sim um recorde que estraçalhou a marca anterior.

Antes do Chelsea de 2022/23, nenhuma equipe havia chegado nem sequer à barreira de 400 milhões de euros (R$ 2,2 bilhões) gastos em 12 meses com a compra de direitos econômicos e empréstimos de jogadores.

O antigo recorde pertencia ao Barcelona de 2017/18, que gastou 380,1 milhões de euros (R$ 2,1 bilhões) na busca por um substituto para Neymar (então vendido para o Paris Saint-Germain) e contratou nomes como o brasileiro Philippe Coutinho e o francês Ousmane Dembélé.

No caso do Chelsea, o investimento desenfreado tem um motivo menos óbvio e passa por duas explicações principais.

A primeira é o ego do seu novo proprietário. Boehly deseja gravar seu nome na história do clube e acredita que, para isso, é necessário primeiro limpar tudo que lembre os tempos de Abramovich. Uma das formas de executar esse processo é mudar a comissão técnica (ele demitiu Thomas Tuchel para contratar Graham Potter) e reformular o elenco com jogadores escolhidos por ele e seus diretores de confiança.

O outro motivo é que a equipe realmente não está funcionando nesta temporada. Se estivesse brigando pela ponta do Campeonato Inglês (e não sofrendo em um pelotão intermediário, já sem chance de títulos), ela fatalmente não teria ido tanto as compras agora em janeiro, quando gastou 329,5 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão).

No total, a equipe londrina contratou 16 jogadores (em definitivo ou por empréstimo) ao longo de 2022/23. O mais caro deles foi o meio-campista Enzo Fernández, ex-Benfica, destaque da Argentina na conquista do tricampeonato mundial, que custou 121 milhões de euros (R$ 673 milhões) e acabou de desembarcar na Inglaterra.

A lista de reforços conta também com um brasileiro, o jovem volante Andrey Santos, que atuava no Vasco. O atleta de 18 anos ainda não se apresentou à sua nova casa porque está com a seleção na disputa do Sul-Americano sub-20.

Apesar do investimento histórico, a primeira partida do Chelsea depois do fechamento da janela de inverno foi decepcionante. Na sexta-feira, na partida que marcou a estreia de Enzo, os comandados de Potter ficaram no empate sem gols com o Fulham, em pleno Stamford Bridge.

Com o novo tropeço, o clube mais gastão do planeta continua no meio da tabela de classificação da Premier League e consideravelmente distante da zona de classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões da Europa -tem 10 pontos a menos que o Newcastle, quarto colocado e atual dono da última vaga do país no torneio.

Mas, nesta Champions, o Chelsea ainda está vivo e inicia no dia 15 de fevereiro (quarta-feira da próxima semana) e enfrenta o Borussia Dortmund, pelas oitavas de final. Antes, ainda pega o West Ham, fora de casa, no sábado, para tentar reagir no Inglês.

Clubes que mais investiram em uma só temporada

1 - Chelsea (2022/23): 611,5 milhões de euros
2 - Barcelona (2017/18): 380,1 milhões de euros
3 - Real Madrid (2019/20): 355,5 milhões de euros
4 - Manchester City (2017/18): 317,5 milhões de euros
5 - Barcelona (2019/20): 298,5 milhões de euros
6 - Juventus (2018/19): 263,2 milhões de euros
7 - Paris Saint-Germain (2018/19): 262 milhões de euros
8 - Chelsea (2017/18): 260,5 milhões de euros
9 - Real Madrid (2009/10): 258,5 milhões de euros
10 - Atlético de Madri (2019/20): 247,4 milhões de euros

Fonte: Transfermarkt