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Rafael Reis

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mundial: o Real não é o melhor time do planeta; o Flamengo, muito menos

Pedro é um dos principais nomes do Flamengo, representa brasileiro no Mundial - Thiago Ribeiro/AGIF
Pedro é um dos principais nomes do Flamengo, representa brasileiro no Mundial Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

06/02/2023 11h01

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O Mundial de Clubes da Fifa é o torneio que reúne anualmente os campeões de cada continente com a intenção de, pelo menos em tese, definir e consagrar o melhor time de futebol do planeta.

Mas, na edição deste ano, esse intuito que, filosoficamente falando, justifica a existência da competição não será alcançado.

Vivendo fases negativas e jogando bem abaixo do potencial que possuem, Real Madrid e Flamengo, as duas maiores forças que viajaram para Marrocos, não podem ser considerados, em hipótese alguma, a equipe número um de futebol da atualidade.

Ainda que o posto de melhor do mundo nesta temporada não tenha um dono tão claro assim (Inglaterra e Itália têm líderes improváveis em seus campeonatos nacionais, enquanto Paris Saint-Germain e Bayern de Munique sofrem mais do que costume dentro de casa), é certo que ele não está nem no Santiago Bernabéu e muito menos na Gávea.

O Real, atual vencedor da Liga dos Campeões da Europa e, por isso mesmo, o candidato natural a esse louro, é tão inconstante em 2022/23 que já está oito pontos atrás do Barcelona no Campeonato Espanhol.

Desde o fim da Copa do Mundo do Qatar, em dezembro, a equipe merengue só ganhou seis dos 11 jogos que disputou. E, no domingo, foi derrotado pelo modesto Mallorca.

Vários dos seus jogadores mais importantes, como o centroavante francês Karim Benzema e o meia croata Luka Modric, não estão rendendo tanto quanto de costume. Ainda que Vinícius Júnior viva ótima fase e tenha evitado mais tropeços, é muito pouco para credenciar o Real ao posto de melhor do mundo.

No caso do Flamengo, o abismo entre sua realidade e o valor simbólico do título que pretende conquistar nesta semana é ainda maior.

O clube rubro-negro possui o elenco mais caro das Américas e arrecada/gasta como ninguém do lado de cá do Oceano Atlântico. Mesmo assim, nem pode dizer que é hegemônico dentro do seu país.

No ano passado, mesmo com um grupo de jogadores quase idêntico ao atual, ficou só na quinta posição do Brasileiro, com 16 pontos a menos que o campeão. E, neste começo de 2023, já perdeu a Supercopa do Brasil para o Palmeiras.

Apesar de a temporada ainda estar no começo, o técnico português Vitor Pereira já começou a ser questionado. Uma possível vitória sobre o Real pode reverter esse quadro de desconfiança, claro, mas não transformará automaticamente os rubro-negros nos melhores praticantes de futebol da Terra.

Normalmente disputado em dezembro, o Mundial de Clubes precisou ser adiado para fevereiro por causa da disputa da Copa, no fim do ano passado. Outra particularidade desta edição é que, como a Liga dos Campeões da Ásia ainda não terminou, o representante do continente é o vencedor do torneio de 2021, o saudita Al-Hilal.

Os dois principais candidatos ao título estreiam neste meio de semana. Amanhã, o Flamengo joga contra o próprio Al-Hilal, às 16h (de Brasília). Na quarta-feira, no mesmo horário, será a vez do Real Madrid se testar ante o Al-Ahy, do Egito. Os vencedores das duas semifinais se enfrentam na decisão, marcada para sábado.