Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Duas décadas após MSI, Kia quer comprar SAF e voltar ao futebol brasileiro
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Homem-forte da parceria entre Corinthians e MSI, firmada na primeira década deste século e que levou para o clube alvinegro astros do porte de Carlos Tevez e Javier Mascherano, Kia Joorabchian planeja "retornar" com tudo ao futebol brasileiro nos próximos meses.
O "Blog do Rafael Reis" apurou que o empresário iraniano está particularmente interessado nas oportunidades de negócios abertas pelo modelo das SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) e estuda a possibilidade de adquirir o controle de algum clube por aqui.
Essa equipe escolhida para receber os investimentos de Kia não terá necessariamente ele ou sua empresa de agenciamento de jogadores, a Sport Invest, como acionista majoritário. É bem possível que a compra seja fechada por algum empresário endinheirado do seu círculo de influência.
Mas, na prática, quem comandará o dia a dia desse clube e tomará todas as decisões executivas será mesmo o iraniano ou, no máximo, algum funcionário que se reporte diretamente a ele.
Era exatamente esse o modus operandi do Corinthians nas temporadas em que ficou sob gestão da MSI (Media Sports Investment). Kia era quem gerenciava tudo no Brasil, mas o principal investidor do grupo era o bilionário russo Boris Berezovsky.
Depois do conturbado fim da parceria, em 2007, que terminou com caso de polícia e uma investigação conduzida pelo Ministério Público por suposto uso do Corinthians em um esquema de lavagem de dinheiro, Kia se mudou para a Inglaterra e se transformou em um dos mais influentes empresários da Premier League.
O iraniano intermediou vários negócios milionários, envolvendo especialmente West Ham, Chelsea e Manchester City. Nos últimos anos, passou a trabalhar como uma espécie de "conselheiro administrativo" dos donos de Everton (18º colocado na primeira divisão) e Reading (que atualmente disputa a Segundona).
Apesar de ter adotado a Inglaterra como seu polo de negócios, Kia nunca se afastou completamente do futebol brasileiro.
O empresário é bastante íntimo do grupo político que comanda o Corinthians há mais de uma década e participou ativamente do retorno do meia Willian ao clube, em 2021, e da contratação do técnico português Vítor Pereira, no ano passado.
É ele também quem costurou as recentes negociações entre a equipe do Parque São Jorge e o Aston Villa para a volta ao Brasil do meio-campista Philippe Coutinho. A transação acabou não se concretizando nesta janela de transferências, mas mostrou o nível de envolvimento de Kia com o futebol nacional.
Seu principal parceiro de negócios no Brasil, o empresário Giuliano Bertolucci, que inclusive é o representante legal de Coutinho, já possui um clube de futebol por aqui. Desde novembro passado, ele é o acionista majoritário da Ferroviária de Araraquara, que disputa a primeira divisão paulista.
Por isso, é bem possível que o novo alvo de Kia acabe construindo uma relação de intercâmbio com a equipe do interior de São Paulo. A princípio, a ideia do iraniano e do seu grupo de investidores é assumir o controle de algum clube que esteja um pouco acima na pirâmide do futebol nacional, preferencialmente na Série A ou no mínimo na Série B.
Dos 20 clubes participantes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro deste ano, quatro têm seus departamentos de futebol gerenciados por investidores estrangeiros: Bahia (Grupo City), Botafogo (John Textor), Bragantino (Red Bull) e Vasco (777 Partners).
O Cruzeiro também já aderiu ao modelo de SAF e terceirizou o comando do seu time. A diferença é que seu acionista majoritário é do próprio país, o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, que inclusive jogou no clube e possui ainda um time na Espanha (o Valladolid).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.