Tudo que se sabe sobre o interesse de Abramovich em comprar time no Brasil

Dono do Chelsea no período mais vitorioso da sua história, o magnata russo Roman Abramovich está em busca de um novo clube para investir parte da sua fortuna e continuar conectado ao mundo do futebol.

Desde a semana passada, o nome do bilionário de 56 anos vem sendo apontado como possível candidato a comprar as SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) de algumas das equipes mais populares do Brasil.

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Por isso, o "Blog do Rafael Reis" passou os últimos dias investigando o caso e agora mostra o que existe de concreto sobre a possível chegada do bilionário russo ao futebol pentacampeão mundial.

A primeira verdade dessa história é que realmente existem magnatas e fundos de investimentos oriundos da Rússia trabalhando para adquirir ações (de preferência, o controle acionário) de clubes brasileiros.

Pelo menos seis times das duas primeiras divisões nacionais se reuniram nas últimas semanas com representantes desses grupos russos para discutir a possibilidade de negociar com eles as suas SAFs.

As conversas mais adiantadas envolvem o Londrina, nono colocado da última Série B, que pode negociar o controle do seu time com empresários do Leste Europeu por R$ 80 milhões — a equipe paranaense também tem em mãos uma outra proposta, daqui mesmo da América do Sul, para terceirizar seu departamento de futebol.

O desejo russo de entrar no Brasil está ligado com o boicote que o país está sofrendo no cenário internacional desde que o governo de Vladimir Putin resolveu atacar a Ucrânia, em fevereiro do ano passado.

Desde então, a Rússia virou uma espécie de "pária", sobretudo no mercado europeu, o que reduziu drasticamente as possibilidades de investimento dos seus magnatas em clubes do restante do Velho Continente.

A segunda verdade é que Abramovich realmente está à procura de um novo time para chamar de seu.

O oligarca, que conquistou nada menos que 21 títulos em 19 anos à frente do Chelsea, com direito a duas edições das Liga dos Campeões da Europa, foi obrigado pelo governo do Reino Unido a se desfazer de todas as ações do clube por causa da proximidade com Putin e, consequentemente, apoio à guerra contra os ucranianos.

Após sair do comando da equipe londrina, no primeiro semestre de 2022, o russo chegou a abrir negociações com o Göztepe, atualmente na segunda divisão turca. Só que a transação jamais foi concluída.

Com o sentimento anti-Rússia espalhado pela Europa, Abramovich sabe que, pelo menos neste momento, não é uma figura bem-vinda nos principais centros do futebol mundial. Ou seja, a opção que lhe resta é investir em um mercado onde essa rejeição não é tão grande assim, como China ou Brasil.

No entanto, não existe uma certeza de correlação entre as duas verdades citadas acima. Ainda que russos realmente estejam negociando a compra de clubes brasileiros, não é possível comprovar que algum deles é Abramovich.

Nas últimas semanas, Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo foram apontados nas redes sociais como possíveis alvos do ex-proprietário do Chelsea. No entanto, nenhuma fonte ouvida pela reportagem confirmou esse interesse.

Dos 20 clubes participantes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro deste ano, quatro têm seus departamentos de futebol gerenciados por investidores estrangeiros: Bahia (Grupo City), Botafogo (John Textor), Bragantino (Red Bull) e Vasco (777 Partners).

O Cruzeiro também já aderiu ao modelo de SAF e terceirizou o comando do seu time. A diferença é que seu acionista majoritário é do próprio país, o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, que inclusive jogou no clube e possui ainda um time na Espanha (o Valladolid).