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Rafael Reis

REPORTAGEM

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5 russos cheios da grana candidatos a comprar times de futebol no Brasil

Roman Abramovich foi dono do Chelsea durante 19 anos e acumulou títulos - Divulgação/Chelsea
Roman Abramovich foi dono do Chelsea durante 19 anos e acumulou títulos Imagem: Divulgação/Chelsea

Colunista do UOL

02/03/2023 04h20

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Impossibilitados em investir em times de futebol na maior parte da Europa por causa de sanções aplicadas devido ao apoio demonstrado ao governo de Vladimir Putin na Guerra na Ucrânia, os endinheirados empresários russos estão de olho no Brasil.

Como o "Blog do Rafael Reis" mostrou com exclusividade no mês passado, pelo menos dois fundos de investimento de capital oriundos da Rússia têm conversado com dirigentes brasileiros para negociar a compra de SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) de clubes das duas primeiras divisões nacionais.

Caso essas transações se concretizem ao longo dos próximos meses, essas equipes se juntarão a Bahia (Grupo City), Botafogo (John Textor), Bragantino (Red Bull) e Vasco (777 Partners), que já são financiados por dinheiro oriundo do exterior.

Apresentamos abaixo cinco magnatas russos que já têm longa história no meio do futebol, gostariam de expandir seus negócios e que, consequentemente, são candidatos a comprar clubes brasileiros.

ROMAN ABRAMOVICH

Oligarca que mudou a história do Chelsea, é o russo que mais impacto produziu no futebol mundial neste século (contando também treinadores e jogadores). Em 2003, Abramovich comprou a equipe londrina e, de certa forma, inaugurou o conceito de novo rico no cenário europeu. Em 19 anos de gestão em Stamford Bridge, o bilionário transformou um clube acostumado a ocupar o meio da tabela na Inglaterra em um gigante que conquistou 21 títulos (dois de Liga dos Campeões). Por causa da proximidade com Putin, foi obrigado no primeiro semestre do ano passado a se desfazer das suas ações do Chelsea. Com dinheiro e disposição de sobra para investir em futebol, teve um flerte com o Göztepe, da Turquia, mas não fechou negócio. Assim, ainda continua em busca de um novo clube para chamar de seu. Nas últimas semanas, foi apontado como candidato a comprar Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo.

ROMAN DUBOV

Roman Dubov deve ser o novo dono do Londrina - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Apesar de ter nascido na Hungria, o banqueiro cresceu na antiga União Soviética e possui cidadania russa. Milionário excêntrico, com títulos nacionais de xadrez e várias participações em campeonatos de hóquei no gelo no currículo, Dubov é dono da TSI (Total Sports Investment), que possui clubes em Chipre, Letônia e Senegal. Sua empresa entrou no futebol brasileiro em 2020, quando selou uma mal-sucedida parceria com o Paraná Clube, atualmente na segunda divisão estadual. Agora, a intenção de Dubov é ter controle integral de um clube. O escolhido foi o Londrina, da Série B do Campeonato Brasileiro, que já tem em mãos uma proposta de R$ 110 milhões para transferir seu departamento de futebol para a TSI.

ALISHER USMANOV

Alisher Usmanov, patrocinador do Everton (ING) -  Mike Egerton - EMPICS -  Mike Egerton - EMPICS
Imagem: Mike Egerton - EMPICS

Um dos primeiros investidores do Facebook, o magnata faz parte do grupo das 100 pessoas mais ricas do planeta e tem uma fortuna que supera a casa dos US$ 19 bilhões (R$ 105 bilhões). Entre 2007 e 2018, ele foi acionista minoritário do Arsenal. Depois, transferiu seus investimentos para outro clube inglês, o Everton. Oficialmente, Ushmanov não é dono da equipe azul de Liverpool. Mas, na prática, é ele que injeta dinheiro e manda e desmanda na agremiação. Afinal, pelo menos no papel, o proprietário do Everton é Farhad Moshiri, seu sócio (minoritário) na USM, holding que também é uma das principais patrocinadoras do clube.

MAXIM DEMIN

Maxim Demin, dono do AFC Bournemouth - Mike Hewitt/Getty Images - Mike Hewitt/Getty Images
Imagem: Mike Hewitt/Getty Images

De perfil bem mais discreto do que Abramovich, foi o acionista majoritário do Bournemouth de 2011 até o ano passado. Ainda que raras vezes tenha sido visto no estádio e de pouco participar do dia a dia do clube, seu dinheiro foi essencial para a equipe ganhar força no cenário inglês e começar a frequentar a Premier League. Por ter cidadania britânica, Demin não foi atingido pelas sanções aplicadas a russos desde a eclosão na guerra na Ucrânia. Como está com os bolsos cheios por causa da venda do Bournemouth, em dezembro passado, o empresário está capitalizado para investir na compra de um (ou alguns) novo(s) clube(s).

ALEXANDER KNASTER

Alexander Knaster, dono do Pisa (ITA) - Gabriele Masotti/LiveMedia/NurPhoto via Getty Images - Gabriele Masotti/LiveMedia/NurPhoto via Getty Images
Imagem: Gabriele Masotti/LiveMedia/NurPhoto via Getty Images

Um daqueles casos típicos de "cidadãos do mundo" tão comuns entre os empresários cheios da grana produzidos pela União Soviética, Knaster nasceu em Moscou, mudou-se para os Estados Unidos aos 16 anos e possui também cidadania inglesa (tanto que é um dos grandes doadores do Partido Conservador). Acionista majoritário da Pamplona Capital Management, vem ampliando consideravelmente sua carteira de investimentos no futebol. Sua principal aquisição nos últimos tempos foi o Pisa, comprado em janeiro de 2021, que atualmente briga pelo acesso na Série B do Campeonato Italiano.