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Técnico sensação da França é mais novo que Neymar e paga multa todo jogo
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Will Still tem 15 jogos de Campeonato Francês no currículo e ainda não sofreu sequer uma derrota. Ainda que fosse técnico de Paris Saint-Germain, Lyon, Monaco ou Olympique de Marselha, essa invencibilidade já seria um feito dos mais respeitáveis.
Mas o belga dirige o Reims, clube que até foi um dos mais poderosos da Europa entre as décadas de 1950 e 1960, mas que passou boa parte da sua história recente nas divisões inferiores e atualmente não ambiciona mais do que se manter na elite.
Manter-se tanto tempo sem perder com uma equipe acostumada a acumular derrotas é um dos motivos pelo qual Still virou o treinador da moda na terra de Michel Platini, Zinédine Zidane e Kylian Mbappé. O outro, é a sua data de nascimento.
O comandante do Reims veio ao mundo no dia 14 de outubro de 1992. Portanto, é oito meses mais novo do que Neymar, astro brasileiro do PSG, time que aliás não conseguiu mais do que um empate por 1 a 1 quando se deparou com o jovem treinador.
O belga é o único técnico em atividade na primeira divisão dos cinco principais campeonatos nacionais da Europa (Inglês, Espanhol, Italiano, Alemão e Francês) nascido na década de 1990. Ou seja, todos os seus colegas de trabalho são pelo menos dois anos mais velhos do que ele.
Still não foi jogador profissional de futebol. Ele até atuou nas categorias de base de alguns times, mas descobriu, ainda na adolescência, que seu negócio era trabalhar com a modalidade fora das quatro linhas.
O técnico do Reims descobriu a paixão pelo ofício nos games. Ele passava horas brincando de "Football Manager" (série de jogos que coloca o usuário na função de técnico de futebol) no computador. E, logo percebeu que era isso que pretendia fazer quando ficasse adulto.
Com 19 anos, Still começou a transformar esse sonho em realidade e virou auxiliar do time sub-14 do Preston North End, da Inglaterra. Seis anos depois, aos 25, estreou como técnico sendo interino do Lierse, da Bélgica, durante oito partidas.
Still foi contratado em julho pelo Reims para compor a comissão do espanhol Óscar García. Só que o treinador titular durou só dez jogos no cargo, e ele foi promovido para o maior desafio da sua ainda curta carreira profissional.
Sob o comando do belga, a equipe alvirrubra foi a campo 15 vezes na Ligue 1 e obteve sete vitórias e oito empates. Sua única derrota foi na Copa da França, para o Toulouse, mesmo assim depois de dois triunfos em fases anteriores.
Como Still ainda não tem a licença da Uefa necessária para atuar como técnico em competições de elite, o Reims precisa pagar uma multa de 25 mil euros (R$ 138,5 mil) em cada partida em que é dirigido por seu jovem treinador. No total, ele já custou 450 mil euros (R$ 2,5 milhões), isso sem contar seu salário e bonificações recebidas.
"Essa história da multa foi negociada entre a gente. O clube me falou que está disposto a investir na minha carreira, desde que eu continue vencendo", afirmou o belga, em entrevista ao jornal inglês "Daily Mail".
Na décima colocação do Francês, o Reims soma 37 pontos em 25 rodadas e já abriu uma vantagem das mais consideráveis para a zona de rebaixamento (o Ajaccio, 17º e primeiro time ameaçado de queda para a segunda divisão, tem só 21).
Com a permanência na Ligue 1 já praticamente assegurada, Still pode até sonhar com a classificação para alguma competição europeia. No momento, a última equipe com vaga para um torneio continental da próxima temporada (a Conference League) é o Rennes, quinto, com 46.
O Reims defende a invencibilidade do seu jovem treinador neste domingo, contra o Ajaccio, em casa. Na sequência, emenda dois confrontos consecutivos contra forças do primeiro escalão nacional: Monaco e Olympique de Marselha.
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