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Quem é o 'rei da periferia' que deve ser 1º russo a comprar time no Brasil?
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Nada de Roman Abramovich, responsável por transformar o Chelsea em uma potência global neste século, Alisher Usmanov, ex-acionista do Arsenal e atualmente patrocinador do Everton, ou qualquer outro investidor acostumado a trabalhar na prateleira de cima do futebol europeu.
O primeiro empresário russo a ingressar no mercado brasileiro e adquirir a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) de um clube do país pentacampeão mundial deve ser um especialista na "periferia da bola".
O banqueiro Roman Dubov, dono da TSI (Total Sports Investment), negocia desde o começo do ano a compra do Londrina, time que disputa a Série B nacional. As conversas evoluíram bastante ao longo nas últimas semanas e podem se concretizar em um negócio na casa de R$ 110 milhões.
Ao contrário dos russos mais famosos no cenário internacional, o possível investidor da equipe paranaense está mais acostumado a trabalhar em países de menor expressão.
À frente da TSI, Dubov administra atualmente clubes de futebol no Chipre, na Letônia e em Senegal. Ele também já se aventurou na Inglaterra, mas apenas na segunda divisão. Em 2011, quando o Portsmouth entrou em colapso financeiro, o magnata era o diretor-executivo da agremiação.
Três anos atrás, o russo já havia feito uma primeira tentativa de entrar no futebol brasileiro. A parceria para gerenciar o futebol do Paraná Clube chegou a ser anunciada para imprensa e torcedores, mas não se concretizou.
Apesar de ter nascido na Hungria, Dubov é cidadão da Rússia, onde cresceu e passou a maior parte da vida. Na juventude, ele ganhou duas vezes o Campeonato Soviético de xadrez. Já adulto, chegou a disputar o Mundial de dominó. Apaixonado por esportes, o magnata também costuma jogar hóquei no gelo e disputar competições de automobilismo.
Na TSI, o russo tem Michel Salgado, ex-lateral direito do Real Madrid, como um dos seus diretores. No entanto, é o próprio proprietário da empresa quem tem negociado a compra do Londrina.
A proposta foi apresentada à diretoria do clube paranaense pelo empresário Sérgio Malucelli, dono da SM Sports, que terceiriza a gestão do departamento de futebol da equipe há mais de uma década. Ele também lucrará com a concretização do negócio, já que o centro de treinamentos que construiu na cidade será incluído na operação.
Ao contrário de Malucelli, os dirigentes do Londrina não falam abertamente sobre detalhes das reuniões que tiveram com a empresa russa e se limitam a dizer apenas que existe um "primeiro interesse", não uma proposta, do fundo em adquirir a SAF.
Dubov não é o único empresário russo que está em negociações com clubes brasileiros. Além dele, pelo menos um outro compatriota de Vladimir Putin tem conversados com times das duas primeiras divisões nacionais.
Rumores apontam que um desses possíveis investidores é Abramovich, que passou quase duas décadas no comando do Chelsea e, no ano passado, foi obrigado pelo governo britânico a vender o clube londrino por conta do apoio dado ao governo russo na guerra da Ucrânia.
Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo seriam os alvos principais no Brasil do mais famoso investidor russo, que realmente está em busca de uma nova equipe de futebol para chamar de sua.
Dos 20 clubes participantes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro deste ano, quatro têm seus departamentos de futebol gerenciados por investidores estrangeiros: Bahia (Grupo City), Botafogo (John Textor), Bragantino (Red Bull) e Vasco (777 Partners).
O Cruzeiro também já aderiu ao modelo de SAF e terceirizou o comando do seu time. A diferença é que seu acionista majoritário é do próprio país, o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, que inclusive jogou no clube e possui ainda um time na Espanha (o Valladolid).
Atualmente na Série B, o Londrina teve uma participação das mais discretas no Campeonato Paranaense e não conseguiu nem se classificar para a fase final da competição (terminou na décima colocação entre 12 participantes). A equipe alviceleste também foi eliminada logo na primeira rodada da Copa do Brasil, pelo pouco expressivo Nova Mutum, de Mato Grosso.
Treinado por Edinho (filho de Pelé) no começo da temporada, o Tubarão, como é conhecido, agora está sob comando de Alexandre Gallo e estreia na segunda divisão nacional contra o ABC, no dia 15 de abril.
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