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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como o Alemão virou o campeonato mais equilibrado da Europa (sim, é sério)

Thomas Müller é um dos astros do Bayern, que não tem sobrado na Bundesliga - Getty Images
Thomas Müller é um dos astros do Bayern, que não tem sobrado na Bundesliga Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

10/03/2023 04h00

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As últimas dez temporadas do Campeonato Alemão tiveram o mesmo campeão. Dada a hegemonia do Bayern de Munique, a maior de toda a história do clube, parece até uma piada de mau gosto falar que a Bundesliga é a liga nacional mais equilibrada do primeiro escalão da Europa, certo?

Pode até ser. Mas a temporada 2022/23 do futebol da terra de Franz Beckenbauer, Gerd Müller, Lothar Matthäus e Miroslav Klose está aí para mostrar que "ninguém é campeão de véspera"... nem mesmo, o gigante da Baviera.

Por mas surpreendente que seja, a Alemanha tem neste momento a primeira divisão mais equilibrada dos oito países que formam a prateleira de cima da bola no Velho Continente (as sete ligas mais bem posicionadas no ranking da Uefa, mais a Rússia, que está excluída dessa classificação como punição pela guerra na Ucrânia).

Enquanto a maioria das nações europeias já conta, nesta altura da temporada, um time destacado como virtual campeão (caso do Napoli, na Itália, e do Barcelona, na Espanha) ou tem a briga pelo título restrita a dois times, a elite germânica vive uma das disputas mais frenéticas da história.

O Bayern até continua ocupando a liderança que lhe é tão tradicional, mas só está à frente do Borussia Dortmund por conta de um critério de desempate (saldo de gols). E a diferença para o quinto colocado, Freiburg, é de somente sete pontos.

Enquanto os comandados de Julian Nagelsmann (e também seus rivais aurinegros, praticamente colíderes) somam 49 pontos, o Freiburg tem 42. Entre eles, ainda aparecem o Union Berlim (44) e o RB Leipzig (42).

Todos os integrantes desse grupo de cima da classificação podem ser considerados candidatos ao título, já que a diferença máxima entre eles pode ser tirada em somente três rodadas (faltam 11 para o encerramento da temporada).

A situação é bem diferente da registrada no restante da elite europeia. Com exceção da Alemanha, a menor diferença entre o primeiro e o quinto colocados é de 14 pontos, na Holanda.

Já o Campeonato Português tem o maior fosso desta temporada com 22 pontos separando o Benfica, quase que já um candidato único à taça, do Vitória de Guimarães.

Curiosamente, o equilíbrio da Bundesliga não está concentrado apenas na parte de cima da tabela. Os quatro piores times da temporada (Stuttgart, Hoffenheim, Schalke 04 e Bochum) têm exatamente a mesma pontuação: 19. E o Hertha Berlim, outro candidato ao rebaixamento, só soma um ponto a mais.

Quatro dos cinco representantes da Alemanha nesta edição da Liga dos Campeões avançaram para os mata-matas decisivos. Só Bayer Leverkusen ficou pelo caminho.

Dos sobreviventes da fase de grupos, o Bayern já avançou também para as quartas de final (bateu o Paris Saint-Germain) e o Dortmund foi derrotado pelo Chelsea nas oitavas. Eintracht Frankfurt e RB Leipzig decidem seu futuro na próxima semana, contra Napoli e Manchester City, respectivamente.

Neste fim de semana, dois times podem sair na liderança da 25ª rodada da Bundesliga. E, curiosamente, ambos vão a campo amanhã, separados por poucas horas. Às 11h30 (de Brasília), o gigante de Munique recebe o Augsburg. Já às 14h30, o Borussia visita seu arquirrival Schalke, em Gelsenkirchen.

Distância entre 1º e o 5º colocado em cada liga

Alemanha: 7 pontos (Bayern de Munique para Freiburg)
Holanda: 14 pontos (Feyenoord para Twente)
Rússia: 16 pontos (Zenit São Petersburgo para CSKA Moscou)
França: 17 pontos (PSG para Rennes)
Itália: 18 pontos (Napoli para Milan)
Inglaterra: 19 pontos (Arsenal para Liverpool)
Espanha: 21 pontos (Barcelona para Betis)
Portugal: 22 pontos (Benfica para Vitória de Guimarães)