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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como erro administrativo pode fazer Barça perder Gavi e mais de R$ 500 mi

Imbróglio sobre registro de contrato deixa o futuro de Gavi no Barcelona em aberto - Getty Images
Imbróglio sobre registro de contrato deixa o futuro de Gavi no Barcelona em aberto Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

15/03/2023 04h00

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Um erro administrativo cometido pelo departamento jurídico do Barcelona pode custar ao clube a permanência de um dos jogadores mais importantes do elenco e um prejuízo financeiro que deve superar a casa dos 90 milhões de euros (R$ 507 milhões).

A Justiça espanhola decidiu suspender a renovação do contrato do meio-campista Gavi, titular da seleção "roja" na Copa do Mundo do Qatar-2022 e peça-chave no esquema do técnico Xavi Hernández.

Com isso, o vínculo que liga o jovem de 19 anos ao Barça volta a ser aquele que foi assinado em 2021, o seu primeiro como jogador profissional, com salário menor e registro na equipe B do clube.

Esse 'rebaixamento' contratual em nada impede que Gavi continue sendo utilizado no time principal. O problema é que ele termina em menos de seis meses, no fim desta temporada (dia 30 de junho, para ser mais preciso), o que permite que o jogador já assine um pré-contrato para se transferir gratuitamente para outro clube no segundo semestre.

Antes mesmo do imbróglio envolvendo o futuro do meia, Liverpool e Manchester City já vinham sendo apontados por diferentes veículos da imprensa britânica como potenciais contratantes do espanhol.

De acordo com o "Transfermarkt", site especializado na cobertura do Mercado da Bola, Gavi tem um valor de mercado estimado em 90 milhões de euros (R$ 507 milhões). E é difícil imaginar que o Barça aceitasse menos que isso para liberá-lo.

A possibilidade de o meia ir embora do Campo Nou de graça no fim da temporada e causar um pesado dano financeiro ao clube está ligado a uma falha interna cometida pelos culés que, à primeira vez, parecia ser bem pequenina.

Inicialmente, a La Liga havia recusado o registro do novo contrato de Gavi porque o aumento dado ao jogador faria o Barcelona estourar o teto salarial imposto pela entidade que gerencia o Campeonato Espanhol.

Só que o departamento jurídico culé entrou com um recurso alegando que o meia não era uma nova contratação do clube, mas sim um jogador formado na sua base, que estava apenas tendo a inscrição atualizada. Além disso, argumentou que o clube teria "danos muito graves e irreparáveis" caso o novo vínculo não fosse registrado.

O argumento colou com o juiz responsável pelo caso, e a medida cautelar de análise com "extrema urgência" teria sido aceita se o Barça tivesse entrado com o recurso dentro do prazo legal. O problema é que ele só foi apresentado um dia depois do permitido.

Apesar da situação economicamente delicada enfrentada pelo Barcelona nos últimos anos, o clube catalão tem nadado de braçadas na La Liga. A equipe dirigida por Xavi lidera o Espanhol com 65 pontos, nove a mais que o arquirrival Real Madrid, seu adversário mais próximo.

A conquista do título nacional virou o objetivo principal da temporada depois que os culés foram eliminados da Liga dos Campeões da Europa ainda na fase de grupos (ficaram atrás de Bayern de Munique e Inter de Milão) e perderam para o Manchester United já na rodada inaugural dos mata-matas decisivos da Liga Europa.

O próximo compromisso do Barça é justamente aquele que tem tudo para ser o jogo mais importante deste restante de 2022/23, o clássico contra o Real, neste domingo, no Camp Nou. No dia 5 de abril, os dois clubes mais poderosos da Espanha se encontrarão mais uma vez, mas pela Copa do Rei.