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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Com Palmeiras e na Espanha: a história do Mundial que nunca aconteceu

Oséas era um dos principais jogadores do Palmeiras campeão da Libertadores-1999 - Evelson de Freitas/Folhapress
Oséas era um dos principais jogadores do Palmeiras campeão da Libertadores-1999 Imagem: Evelson de Freitas/Folhapress

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O título da Copa Libertadores da América conquistado em 2021 já classificou o Palmeiras para a primeira edição do novo Mundial de Clubes organizado pela Fifa, que tem a primeira edição prevista para ser jogada em junho de 2025.

A situação também despertou uma sensação de déjà vu no torcedor alviverde.

É que, pouco mais de duas décadas atrás, o Palmeiras também obteve vaga com anos de antecedência para um prometido Mundial que seria realizado pela entidade. Só que ele jamais saiu do papel.

Vencedora da Libertadores-1999, a equipe paulista era para ter participado já da primeira edição de um torneio do gênero organizado pela Fifa, que foi disputado no Brasil, em 2000.

Mas, para ter um time do Rio de Janeiro e um de São Paulo (cidades-sedes) na competição, a entidade resolveu dar a vaga destinada ao campeão sul-americano para o Vasco, que havia faturado o título continental em 1998 -o Corinthians entrou como representante do país organizador.

Com isso, o Palmeiras foi automaticamente escalado para o Mundial que seria disputado no ano seguinte, na Espanha.

A competição teria um upgrade no número de participantes (12, contra oito da edição anterior) e contaria com forças do calibre de Real Madrid (ESP), Boca Juniors (ARG) e Deportivo La Coruña (ESP). A final seria jogada no estádio Santiago Bernabéu, na capital espanhola.

Até mesmo o sorteio das chaves chegou a ser realizado. O Palmeiras caiu no Grupo C, sediado em Madri, e teria como primeiros adversários Al-Hilal (ARA), Galatasaray (TUR) e Olimpia (HON).

Só que, meses antes de o Mundial começar, a ISL (International Sports and Leisure), empresa de marketing esportivo que cuidava da viabilização comercial dos torneios da Fifa, entrou em estado de falência.

Com isso, o torneio foi primeiramente adiado para 2003 e, em um segundo momento, definitivamente cancelado. O Palmeiras recebeu apenas uma indenização de US$ 750 mil (R$ 4,2 milhões) pelos danos sofridos.

Em 2005, a Fifa recriou uma competição global de clubes, mas em um formato mais enxuto (com apenas sete participantes). É esse torneio que vem sendo disputado anualmente desde então e que terá sua edição de despedida na atual temporada.

Depois de esperar pela disputa do Mundial que nunca aconteceu, o Palmeiras disputou mais duas edições de torneios entre campeões continentais.

Em 2020, a equipe decepcionou e perdeu nas semifinais para o Tigres (MEX). No encontro que valia o terceiro lugar, tropeçou mais uma vez e acabou derrotado pelo Al-Ahly (EGI).

Já no ano seguinte, os comandados de Abel Ferreira fizeram uma campanha bem melhor: despacharam o mesmo Al-Ahly no primeiro jogo e, apesar de perderem o "jogo do título", arrastaram a decisão contra o Chelsea até a prorrogação.

Além do Palmeiras, a edição inaugural do novo Mundial de Clubes já tem mais oito participantes definidos: Flamengo, Chelsea (ING), Real Madrid (ESP), Al-Hilal (ARA), Al-Ahly (EGI), Wydad Casabalanca (MAR), Monterrey (MEX) e Seattle Sounders (EUA).

O torneio será jogado a cada quatro anos, sempre na temporada anterior à Copa do Mundo de seleções, contará com a participação de 32 clubes e utilizará o mesmo formato de disputa do Qatar-2022: oito grupos com quatro equipes cada, com os dois melhores se classificando para confrontos eliminatórios simples até a decisão.

A Fifa ainda não anunciou que país receberá o campeonato de 2025. O que já se sabe é que ele poderá indicar um dos seus clubes para se juntar aos outros classificados por méritos esportivos dentro das competições continentais.

A Conmebol, entidade que gerencia o futebol sul-americano, terá direito a seis vagas no novo Mundial. Quatro delas irão para os campeões das Libertadores de 2021 a 2024. As outras duas ficarão com os primeiros colocados do ranking de índice técnico do órgão.

Apesar da versão estendida da competição destinada a definir o melhor time de futebol do planeta, a Fifa continuará organizando anualmente torneios intercontinentais com os campeões de cada uma das suas seis confederações filiadas.

Só que o torneio também será remodelado. A partir de 2024, o vencedor da Libertadores ingressará na disputa das quartas de final, e não mais nas semifinais. Já o ganhador da Liga dos Campeões da Europa não precisará mais jogar duas partidas e estará automaticamente classificado para a decisão.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado, o Olímpia mencionado é o de Honduras, não do Paraguai. O erro já foi corrigido.