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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Como Ancelotti virou o escolhido da CBF, e o que acontece se ele disser não

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, é o favorito da CBF para comandar a seleção - Juan Medina/Reuters
Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, é o favorito da CBF para comandar a seleção Imagem: Juan Medina/Reuters

Colunista do UOL

28/03/2023 04h00

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Atual vencedor da Liga dos Campeões da Europa com o Real Madrid, Carlo Ancelotti já não é mais apenas o favorito para assumir o comando da seleção brasileira para o ciclo da Copa do Mundo-2026, que será organizada em parceria por Estados Unidos, Canadá e México.

O "Blog do Rafael Reis" apurou que, pelo menos neste momento, o treinador italiano de 63 anos é tratado como a única opção com a qual a CBF realmente trabalha para suceder Tite no comando da equipe pentacampeã mundial.

Isso ficou claro na entrevista dada pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, à agência de notícias Reuters, no fim de semana, após a derrota por 2 a 1 da seleção para Marrocos, em amistoso jogado no país africano.

Pela primeira vez, o dirigente admitiu que Ancelotti é o "preferido" para treinar o time canarinho. A declaração escancarou para o planeta que, caso outro treinador acabe sendo contratado pelo Brasil nos próximos meses, ele terá sido o plano B ou C, não a primeira opção.

A situação é das mais desconfortáveis e já colocaria de antemão o novo trabalho em xeque.

Mas o que a CBF irá fazer caso Ancelotti, que tem contrato com o Real até 2024 e, de acordo com o jornal espanhol "Marca", não tem dado nenhum indício que pretende romper o vínculo mais cedo, no fim da temporada, recuse o convite para ser o próximo técnico da seleção?

Caso isso aconteça, a entidade que gerencia o futebol brasileiro terá de recuperar o tempo perdido e correr atrás de nomes com quem já poderia estar negociando há alguns meses -alguns que, inclusive, já tinham condições de terem sido contratados e teriam livrado a seleção de precisar apelar para um técnico interino.

Um desses nomes é o português Jorge Jesus, que ganhou quase tudo que disputou com o Flamengo e já anunciou que encerrará em junho sua passagem pelo Fenerbahce, da Turquia.

Já o espanhol Luis Enrique, que comandou a Espanha na Copa-2022, e o alemão Joachim Löw, campeão mundial com a Alemanha no Mundial-2014 e técnico no histórico 7 a 1 aplicado sobre o Brasil durante a competição, estão desempregados e poderiam assumir a seleção imediatamente.

Dentro do futebol brasileiro, as opções mais comentadas têm sido o português Abel Ferreira e Fernando Diniz. Eles possuem contrato com Palmeiras e Fluminense, respectivamente. Mas, historicamente, as negociações entre CBF e os clubes nacionais para liberação de treinadores não costuma ser das mais complicadas.

Após a derrota para Marrocos, a seleção volta a se reunir novamente em junho para a segunda Data Fifa do ano, que deve ser preenchida com um ou dois amistosos. Os adversários, no entanto, ainda não foram anunciados pela CBF.

Também não está certo se o Brasil contará novamente no banco de reservas com Ramon Menezes, que dirigiu o time na derrota de sábado e terá acabado de sair do Mundial sub-20, se apostará em outro interino ou se já terá um novo treinador efetivo.

As eliminatórias sul-americanas para a Copa-2026 começam em setembro. Na primeira rodada dupla do torneio, o time canarinho jogará contra Bolívia (em casa) e Peru (fora).

O próximo Mundial será o primeiro da história com a participação de 48 seleções (16 a mais do que o formato que vinha sendo utilizado desde a França-1998). Com a ampliação no número de países, a América do Sul terá direito a seis vagas diretas e uma para participar da repescagem.