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Após revelar ser gay, meia tcheco perde espaço e vira reserva no time dele
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Um mês e meio após anunciar em suas redes sociais que é homossexual, o meia tcheco Jakub Jankto perdeu espaço no cenário internacional do futebol.
O jogador de 27 anos foi parar no banco de reservas do Sparta Praga e também não foi convocado pela seleção da República Tcheca para os dois primeiros compromissos do ano, contra Polônia e Moldávia, pelas eliminatórias da Eurocopa-2024.
Desde que tornou pública sua orientação sexual, em meados de fevereiro, Jankto participou de quatro das cinco partidas disputadas por seu clube (na outra, estava gripado). Em nenhuma delas permaneceu em campo por mais de 30 minutos.
A situação é bem diferente da vivida pelo meio-campista na primeira metade da temporada. Contratado por empréstimo do Getafe (ESP), ele era titular absoluto do time e chegou a emendar oito rodadas consecutivas sendo escalado desde o início antes da pausa das competições nacionais para a Copa do Mundo do Qatar-2022.
A falta de minutos em campo também afastou Jankto da seleção. Veterano com 45 jogos pela equipe nacional e participação na última Euro, ele não havia sido relacionado para as últimas Datas Fifa por conta de problemas físicos e agora ficou de fora por decisão do técnico Jaroslav Silhavy.
Apesar da diminuição de oportunidades desde que resolveu revelar sua homossexualidade, é impossível cravar que a situação hoje vivida pelo tcheco é reflexo de um comportamento homofóbico do seu treinador.
Jankto realmente era titular do Sparta na primeira metade da temporada, mas sofreu uma lesão em outubro e só voltou a recuperar 100% da sua forma física no começo do mês passado. Depois que foi reintegrado ao elenco, passou a ser visto apenas como uma opção para o segundo tempo.
Além disso, de acordo com comunicado divulgado por seu clube, seus companheiros de time, a comissão técnica e os dirigentes já haviam sido avisados pelo jogador a respeito de sua orientação sexual "algum tempo" antes da postagem nas redes sociais.
Em entrevista ao jornal espanhol "Marca", no começo do mês, Jankto afirmou que espera que sua homossexualidade em nada interfira no andamento da sua carreira. "Espero que tudo continue como se nada tivesse acontecido. Quero seguir em frente como jogador de futebol, não como gay."
Historicamente, jogadores de futebol que se declaram homossexuais ou bissexuais têm tido dificuldade para se manter nos gramados. Lá na década de 1990, o atacante inglês Justin Fashanu se suicidou depois de ver a carreira naufragar após fazer esse anúncio. Já na década passada, Robbie Rogers, que atuava no Leeds United, chegou a anunciar a aposentadoria por julgar que não teria mais chances no futebol de elite -acabou contratado posteriormente pelo Los Angeles Galaxy.
Um pouco menos raros são os casos de atletas que só tornam pública sua sexualidade depois da aposentadoria, quando já estão menos expostos à perseguição de torcedores homofóbicos. Foi o que fizeram o ex-meia Thomas Hitzlsperger, que disputou Copa do Mundo pela seleção alemã, e o brasileiro Richarlyson, hoje comentarista do Grupo Globo.
Maior vencedor da história do futebol tcheco, com 12 títulos (também foi campeão nacional em outras 21 oportunidades antes da dissolução da antiga Tchecoslováquia), o Sparta Praga ocupa a vice-liderança da competição nesta temporada.
O time de Jankto tem os mesmos 54 pontos do líder, Slavia Praga, mas aparece atrás do rival histórico na classificação por conta do primeiro critério de desempate, o confronto direto. Neste domingo, a equipe visita o Zbrojovka Brno para tentar assumir a primeira colocação.
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