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Como Boca ignorou caso de abuso sexual e manteve técnico em time feminino
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Às vésperas da realização da maior Copa do Mundo feminina de futebol da história, a modalidade foi chacoalhada por um escândalo daqueles que nos faz lembrar que velhos problemas insistem em não acabar.
Atual campeão argentino e vencedor de três das quatro últimas edições do campeonato nacional, o Boca Juniors viu seu técnico, Jorge Martínez, ser acusado de abuso sexual e nada fez até que o caso chegasse ao conhecimento da Justiça.
Segundo o jornal "Olé", a assessora de imprensa Florencia Marco apresentou a primeira denúncia contra o comportamento do treinador no começo de fevereiro.
A funcionária do Boca informou a um órgão interno do clube responsável justamente por denúncias de condutas inapropriadas que, durante uma viagem à Europa, foi apalpada por Martínez. Ela também acusou o técnico de assédio sexual e violência psicológica.
Só que a equipe mais vitoriosa do futebol feminino argentino nada fez contra o treinador. Enquanto Marco recebeu uma licença remunerada para ficar em casa, seu suposto agressor continuou trabalhando normalmente no clube.
No fim do mês passado, quase 60 dias após a denúncia interna, a jornalista cansou de esperar por uma atitude mais definitiva da diretoria do Boca. Ela decidiu então procurar a polícia e apresentou queixa contra os assédios e abusos que teriam sido cometidos por Martínez.
O caso ganhou conhecimento da imprensa na última segunda-feira, um dia depois da goleada por 3 a 0 sobre o arquirrival, River Plate, que manteve a invencibilidade do time na temporada (quatro vitórias e dois empates).
Foi só aí que o Boca começou a agir. Sem nenhum anúncio oficial ou qualquer tipo de postagem em seus canais com os torcedores, o clube pediu para que ele não participasse do treino de ontem.
Segundo o jornal "Clarín", a tendência é que Martínez seja afastado do cargo até a conclusão das investigações sobre o caso ou um possível julgamento do treinador. No entanto, até a publicação desta reportagem, nenhum tipo de sanção havia sido anunciado pelo time da Bombonera.
A nona edição da Copa do Mundo feminina será disputada entre os dias 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. A Argentina está no Grupo G e terá Suécia, África do Sul e Itália como adversárias na primeira fase.
Já o Brasil, que domina o cenário sul-americano e ainda busca seu primeiro título de uma competição de caráter global, está no Grupo F. Sua estreia será contra o Panamá, no dia 24. Jamaica e França completam a chave.
O Mundial-2023 será o maior de todos os tempos. Pela primeira vez, o torneio reunirá 32 seleções e adotará o mesmo formato de disputa que foi utilizado em sua versão masculina entre a França-1998 e o Qatar-2022.
Atuais bicampeões, os Estados Unidos são os maiores vencedores da história da competição, com quatro títulos. Alemanha (duas vezes), Noruega e Japão também já tiveram a honra de levantar o troféu.
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