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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Vinícius Jr. tem chance de ser eleito melhor do mundo já nesta temporada?

Colunista do UOL

07/04/2023 04h00

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Com um gol, duas assistências e várias jogadas desconcertantes, Vinícius Júnior foi o destaque da goleada por 4 a 0 sobre o Barcelona, quarta-feira, que classificou o Real Madrid para a decisão da Copa do Rei.

Talvez com exceção do dilatado placar no encontro entre os dois times mais poderosos do futebol espanhola, notícias como a descrita no parágrafo acima já não são mais capazes de surpreender ninguém.

Afinal, as grandes atuações do jovem atacante brasileiro de 22 anos com a camisa merengue estão cada vez mais frequentes.

Só nesta temporada, Vini já destruiu o Liverpool, marcou em cinco dos oito compromissos do Real na Liga dos Campeões da Europa, resolveu vários jogos complicados no Campeonato Espanhol e já está prestes a igualar seu recorde de gols na carreira (tem 20, dois a menos do que a marca obtida em 2021/22).

A grande fase do atacante formado nas categorias de base do Flamengo já está despertando a expectativa entre os torcedores brasileiros: será que ele pode ser o próximo vencedor do The Best, prêmio entregue anualmente pela Fifa ao melhor jogador do mundo?

Ao contrário da Bola de Ouro, a eleição da entidade que gerencia o futebol mundial já incluiu o desempenho da Copa do Mundo do Qatar-2022 na sua mais recente premiação. Portanto, o próximo troféu, no início de 2024, considerará apenas a segunda metade desta temporada e não está "carimbado" para Lionel Messi.

Como o craque argentino e Kylian Mbappé foram eliminados precocemente da Champions com o Paris Saint-Germain e certamente não estarão entre os candidatos ao The Best-2023, não há nenhum bicho-papão para Vini destronar.

Atualmente, o favoritismo recai sobre Erling Haaland. Artilheiro tanto do Campeonato Inglês (28 gols) quanto do torneio europeu (oito gols), o norueguês é o nome mais óbvio para ser escolhido o próximo melhor do mundo.

Mas a transformação dessa vantagem momentânea em um prêmio concreto dependerá do que acontecer na reta final da Champions. Se o Real for campeão continental mais uma vez e tiver Vini como protagonista, a situação se inverterá.

O que pesa contra o camisa 20 é que ele ainda não conquistou a simpatia do eleitorado da Fifa. Mesmo tendo ocupado um papel de coprotagonista do campeão europeu na temporada passada, ele ficou apenas na 11ª colocação na edição mais recente do The Best. Até Neymar (nono) foi melhor.

O Brasil enfrenta atualmente o maior jejum da sua história nas eleições de melhor do mundo organizadas pela Fifa. A última vitória do país no prêmio masculino já completou aniversário de 15 anos: Kaká ficou com o troféu em 2007.

O Real Madrid ainda está vivo nas três principais competições da temporada. Mas, pelo menos em uma delas, o Campeonato Espanhol, as chances de título são bastante reduzidas.

Faltando 11 rodadas para o fim da La Liga, a equipe de Vinícius Júnior ocupa a vice-liderança da competição e está 12 pontos atrás do Barcelona. Para piorar, já não existe mais nenhum confronto direto com o arquirrival para tentar diminuir um pouco essa diferença.

Amanhã, o time dirigido por Carlo Ancelotti enfrenta o Villarreal, em casa, em um jogo que tende a servir mais como aquecimento para o início do mata-mata decisivo contra o Chelsea, quarta-feira, pelas quartas de final da Liga dos Campeões, do que para suas ambições nacionais.

Os merengues, que já ganharam a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes da Fifa em 2022/23, estão a um jogo de faturar também o troféu da Copa do Rei. A final contra o Osasuna está prevista para o dia 6 de maio e será jogada em Sevilha.