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Por que o Milan ficou mais de 10 anos sem grandes campanhas na Champions?
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Para os torcedores mais jovens e para quem começou a acompanhar futebol internacional há alguns poucos anos, parece até estranho classificar o Milan como um dos gigantes da modalidade.
Mas a equipe rossonera, que hoje visita o Napoli em busca de pelo menos um empate para avançar às semifinais da Liga dos Campeões da Europa, é simplesmente a segunda maior vencedora da história da competição interclubes mais importante do planeta.
A questão é que, apesar de ter sete títulos de Champions no currículo, o Milan passou um bom tempo sem obter resultados expressivos no cenário continental. A campanha atual já é a melhor em mais de uma década, desde a temporada 2011/12, quando parou justamente nas quartas.
Caso saia vitorioso do mata-mata italiano (já bateu o Napoli por 1 a 0, na semana passada, em San Siro), o time dirigido pelo técnico Stefano Pioli ficará entre os quatro melhores da Europa pela primeira vez desde 2006/07, data também do seu mais recente título.
Mas por que o Milan ficou tanto tempo afastado da prateleira de cima da Champions, a ponto de alguns até chegarem a desconfiar do seu status de um dos maiores clubes de futebol do planeta?
Como quase todas as pesadas oscilações de resultados, a rossonera também foi motivada por razões financeiras.
O Milan foi o grande que mais sofreu na pele com a perda de poderio econômico sofrido pelo futebol italiano. O processo, iniciado ainda no começo do século, entrou no "modo turbo" depois da descoberta de um escândalo de manipulação de resultados, em 2006.
Prova disso é que seu faturamento "parou no mundo". Na temporada passada, o clube teve uma receita total de 297,7 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão), quantia menor do que a entrou em seus cofres 15 anos antes, em 2005/06, quando arrecadou 305,1 milhões de euros (cerca de R$ 1,7 bilhão, na cotação atual).
O torcedor rossonero até teve um momento de esperança em 2017, quando o sempre polêmico Silvio Berlusconi (ex-premiê italiano que passou 30 anos como dono do clube) anunciou a venda das suas ações para o empresário chinês Li Yonghong.
Só que o comprador era um grande caloteiro. Como não pagou os 32 milhões de euros (quase R$ 172,9 milhões) que pegou emprestado para viabilizar a transação, entregou o clube como garantia.
Com isso, o clube foi parar nas mãos do credor do Yonghong, o fundo de investimentos norte-americano Elliott Management Corporation, que não tinha tanta vontade assim de se meter com futebol e passou quatro anos tentando vendê-lo.
Esse problema só foi solucionado no começo desta temporada, quando o RedBird, um outro fundo que conta com o astro do basquete LeBron James e com o rapper Drake como investidores, assumiu o comando do Milan.
Coincidência ou não, foi só depois da mudança de gestão (que ainda nem proporcionou melhorias tão impactantes assim no elenco) que a equipe voltou a fazer uma grande campanha na Champions.
Com três dos quatro maiores vencedores da história ainda vivos na competição, as quartas de final desta temporada da Liga dos Campeões levam a campo nada menos que 34 títulos.
Só o Real Madrid, único time com mais conquistas que o Milan, já levantou a taça em 14 oportunidades. Napoli e Manchester City são os únicos sobreviventes desta temporada que ainda não tiveram o prazer de levar a "Orelhuda" para casa.
O sucessor do Real no posto de melhor time da Europa será conhecido em 10 de junho. O palco da final será o estádio Olímpico Atatürk, em Istambul (Turquia), originalmente escolhido como sede da decisão de 2021, que precisou ser transferida para Portugal devido à pandemia da covid-19.
Quartas de final da Champions - jogos de volta
Hoje, às 16h - Napoli x Milan, em Nápoles-ITA (0 a 1 na ida)
Hoje, às 16h - Chelsea x Real Madrid, em Londres-ING (0 a 2 na ida)
Amanhã, às 16h - Inter de Milão x Benfica, em Milão-ITA (2 a 0 na ida)
Amanhã, às 16h - Bayern de Munique x Manchester City, em Munique-ALE (0 a 3 na ida)
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