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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Por que Oliver Kahn levou a culpa pelo pior Bayern dos últimos 12 anos?

Oliver Kahn é o CEO do Bayern de Munique e pode ser demitido no fim da temporada - Getty Images
Oliver Kahn é o CEO do Bayern de Munique e pode ser demitido no fim da temporada Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

25/04/2023 04h20

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O Bayern de Munique já elegeu o culpado pela pior temporada do clube nos últimos 12 anos, que inclui uma eliminação com goleada na Liga dos Campeões da Europa e pode ser coroada com o fim da hegemonia de uma década no Campeonato Alemão.

De acordo com diferentes veículos da imprensa germânica, o conselho administrativo da equipe bávara se reunirá ao término das competições de 2022/23 para analisar a possível destituição de Oliver Kahn do cargo de CEO.

O ex-goleiro, que aqui no Brasil sempre é lembrado por ter falhado na decisão da Copa do Mundo-2002 e consequentemente ajudado a seleção canarinho a conquistar o penta, tem uma gestão considerada desastrosa na Allianz Arena.

Kahn se tornou o diretor-executivo do Bayern, cargo administrativo mais alto no organograma do clube, em 2021, como substituto de Karl-Heinz Rummenigge, que permaneceu durante 19 temporadas na função.

Só que, em apenas dois anos, o ex-goleiro já protagonizou várias lambanças que deixaram o torcedor com saudades do antecessor.

No fim da temporada passada, Kahn não conseguiu administrar a insatisfação de Robert Lewandowski e muito menos convencê-lo a permanecer em Munique. Resultado: acabou perdendo por um valor insignificante o segundo maior artilheiro da história do clube.

Para piorar, na hora de escolher um substituto para o camisa 9, deixou de lado a tradição bávara de sempre contar com um centroavante típico para apostar em Sadio Mané (ex-Liverpool), que, apesar de poder jogar no comando de ataque, tem características muito mais conectadas a um atacante de lado de campo.

Em janeiro, Kahn e seu braço direito, o diretor esportivo Hasan Salihamidizic, decidiram bater de frente simplesmente com Manuel Neuer ao demitir o preparador de goleiros Toni Tapalovic, que é o melhor amigo e padrinho de casamento do capitão.

A mudança na comissão técnica foi um pedido pessoal de Julian Nagelsmann, que havia identificado que o subordinado vazava informações discutidas pelos chefes para o elenco. O problema é que o próprio treinador acabou demitido dois meses mais tarde.

É que, apesar de na época o Bayern liderar a Bundesliga alemã e ter 100% de aproveitamento na Champions, seu CEO achou por bem trocar de técnico após uma derrota por 2 a 1 para o Bayer Leverkusen por causa da queda de rendimento do rime na reta final da temporada.

Nagelsmann foi embora, Thomas Tuchel (ex-Chelsea) foi contratado e nada melhorou. Pelo contrário, o time bávaro desandou de vez. Em sete jogos desde a mudança de comando, só ganhou dois.

Com Tuchel, o Bayern foi eliminado nas quartas de final da Champions (tomou 4 a 1 do Manchester City no placar agregado), saiu da Copa da Alemanha pelas mãos do Freiburg e foi ultrapassado pelo Borussia Dortmund na liga nacional.

Faltando cinco rodadas para o encerramento do Alemão, o time de Munique está um ponto atrás do seu arquirrival (60 a 59) e corre risco real de não ser campeão pela primeira vez desde a temporada 2011/12.

Neste fim de semana, o Dortmund joga primeiro. Na sexta-feira, visita o Bochum, que luta contra o rebaixamento. No domingo, o Bayern recebe o Hertha Berlim, outro time ameaçado de ir para a segunda divisão (é o lanterna).

Aproveitamento do Bayern no Alemão

2010/11 (3º colocado): 63,7% dos pontos
2011/12 (vice): 71,6% dos pontos
2012/13 (campeão): 89,2% dos pontos
2013/14 (campeão): 88,2% dos pontos
2014/15 (campeão): 77,5% dos pontos
2015/16 (campeão): 86,3% dos pontos
2016/17 (campeão): 80,4% dos pontos
2017/18 (campeão): 82,4% dos pontos
2018/19 (campeão): 76,5% dos pontos
2019/20 (campeão): 80,4% dos pontos
2020/21 (campeão): 76,5% dos pontos
2021/22 (campeão): 75,5% dos pontos
2022/23: 67,8% dos pontos