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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Ex-capitão do Everton tenta reconstruir carreira após suspeita de pedofilia

Gylfi Sigurdsson era capitão do Everton antes de ser preso por pedofilia - Tony McArdle/Divulgação
Gylfi Sigurdsson era capitão do Everton antes de ser preso por pedofilia Imagem: Tony McArdle/Divulgação

Colunista do UOL

26/04/2023 04h20

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Quase dois anos após ser preso e afastado do futebol por supostamente ter cometido crime de pedofilia, o meia Gylfi Sigurdsson, estrela da Islândia que disputou a Eurocopa-2016 e a Copa do Mundo-2018, pode voltar a jogar pela seleção.

Em entrevista a veículos da imprensa local, o técnico Age Hareide admitiu que planeja voltar a convocar o ex-capitão do Everton caso ele decida retomar sua carreira nos gramados e volte a apresentar um futebol de nível semelhante ao de antes da interrupção das suas atividades profissionais.

A declaração do treinador islandês foi dada poucos dias depois de a Justiça britânica decidir pelo arquivamento do caso Sigurdsson.

Na semana passada, a polícia da região de Manchester, responsável pela investigação, soltou um comunicado oficial informando que não havia provas suficientes para levar o meia-atacante (que jamais teve seu nome oficialmente divulgado pelos canais oficiais e nem pela imprensa inglesa) para julgamento.

Sigurdsson ficou preso durante um ano. Ele foi inicialmente detido em julho de 2021, no meio da pré-temporada do Everton, por supostamente ter tido comportamento sexual impróprio com menores de idade, o que configuraria crime de pedofilia. Sua prisão preventiva foi estendida duas vezes, e ele só deixou a prisão em julho passado.

Durante todo o período em que foi investigado, o islandês também cumpriu uma suspensão disciplinar imposta pela Premier League, entidade que organiza a primeira divisão do Campeonato Inglês.

O contrato de Sigurdsson com o Everton terminou no fim da temporada passada e não foi renovado. Por conta disso, caso decida retomar a carreira, ele está livre para assumir com a equipe que quiser.

O jogador de 33 anos, que também vestiu as camisas de Hoffenheim, Tottenham e Swansea City, soma mais de 300 partidas na elite da Inglaterra e tem 25 gols pela seleção islandesa, jamais falou publicamente sobre as acusações que enfrentou e ainda não se pronunciou sobre quais serão seus próximos passos.

Depois de alcançar as quartas de final da Euro-2016 e disputar, de forma inédita, o Mundial da Rússia, dois anos mais tarde, a Islândia retornou a um cenário de pouca relevância no futebol internacional nos anos seguintes.

A equipe não conseguiu mais se classificar para a fase final de nenhuma competição importante, caiu para a segunda divisão da Liga das Nações da Uefa e despencou para a 64ª posição do ranking da Fifa (chegou a ser 18ª colocado nos seus melhores dias).

Com apenas uma vitória nas últimas nove partidas disputadas, a Islândia está no Grupo J das eliminatórias da Euro-2024, ao lado de Portugal, Eslováquia, Bósnia, Luxemburgo e Liechtenstein.

Após o encerramento das duas primeiras rodadas do qualificatório, os nórdicos têm três pontos e ocupam o quarto lugar da chave, que distribuiu duas vagas para o torneio continental que será jogado na Alemanha.

Na próxima Data Fifa, em junho, a Islândia medirá forças contra Eslováquia e Portugal. Só não se sabe ainda se com ou sem o reforço de Sigurdsson.