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Atropelo no Barça e 'pito' de Zidane: como foi a passagem de Luxa pelo Real
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Vanderlei Luxemburgo andava um pouco esquecido até ser contratado pelo Corinthians. Mas, apesar do ostracismo vivido nos últimos anos de sua carreira, o treinador septuagenário pode se orgulhar de um feito único entre os brasileiros: ter comandado o Real Madrid.
O agora comandante alvinegro foi o "professor" do clube mais poderoso do futebol mundial durante quase um ano inteiro. Entre 30 de dezembro de 2004 e 4 de dezembro de 2005, no auge do projeto galáctico, foi ele quem dirigiu Ronaldo, Roberto Carlos, Zinédine Zidane, David Beckham e Luís Figo, entre outros.
A passagem pela Espanha não rendeu títulos. Mesmo assim, Luxemburgo obteve alguns feitos bem expressivos.
Logo em sua estreia, disputou uma partida que durou apenas sete minutos contra a Real Sociedad (o jogo original foi paralisado já perto do fim por causa de uma ameaça de bomba) e conseguiu transformar um empate em vitória.
Três meses depois, obteve sua vitória mais expressiva. Com uma atuação apoteótica, aplicou um implacável 4 a 2 sobre o arquirrival Barcelona, que contava com Ronaldinho Gaúcho, Samuel Eto'o, Xavi e Andrés Iniesta e já era a gênese do time que venceria a Liga dos Campeões da Europa na temporada seguinte.
Mas a passagem de Luxemburgo pelo Santiago Bernabéu não teve apenas grandes momentos. Muito pelo contrário, ela foi marcada por reforços duvidosos e atritos com as estrelas que mandavam no vestiário.
Na janela de transferências de pré-temporada de 2005, o Real contratou, a seu pedido, os uruguaios Carlos Diogo e Pablo García, nomes pouco conhecidos no cenário internacional e que eram agenciados por Juan Figer, justamente o empresário que intermediou a ida do treinador brasileiro para Madri.
Na capital espanhola, Luxemburgo colocou o astro português Figo no banco e levou uma bronca homérica de Zidane depois de tirá-lo de campo na reta final de uma partida contra a Juventus pela Champions - após a saída do francês, os espanhóis levaram a virada e foram eliminados do torneio.
"Senhor, você não trabalha no futebol europeu. Caso contrário, não teria tirado de campo eu e o Ronaldo [foi substituído na partida de ida do confronto] porque saberia que os adversários têm medo de nós. Com essas mudanças, eles perderam o respeito que tinham", afirmou Zidane, na época.
Em 2019, o ex-lateral esquerdo Roberto Carlos foi além e afirmou que Luxemburgo teve vida curta no clube espanhol porque proibiu os jogadores de beberem cerveja e vinho na concentração.
Também é dos tempos do brasileiro no Real a lenda tão propagada por aqui de que foi ele o responsável por transformar o então lateral-direito Sergio Ramos em um dos zagueiros mais importantes da história merengue.
Esta é a terceira passagem de Luxemburgo pelo Corinthians. Na primeira vez em que trabalhou no clube, em 1998, logo antes de assumir o comando da seleção, foi vice-campeão paulista e conquistou o título brasileiro. Já na segunda oportunidade em que esteve no Parque São Jorge, três anos mais tarde, levantou o troféu do Estadual e foi derrotado na final da Copa do Brasil.
A reestreia do treinador à frente do time alvinegro foi decepcionante. Na terça-feira, foi derrotado em casa pelo Independiente del Valle (2 a 1), resultado que tornou mais complicada a classificação para a fase final da Copa Libertadores da América - ocupa a terceira colocação do Grupo E, com três pontos em três jogos.
O primeiro jogo de Luxemburgo no Brasileiro será contra o Fortaleza, novamente em São Paulo, na segunda-feira. E o técnico já terá como missão tirar a equipe da zona de rebaixamento. Após três rodadas de Série A, o Corinthians soma três pontos e só está à frente de Cuiabá, Coritiba e América-MG, os únicos clubes que ainda não venceram na competição.
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