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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Antes do Flu, Cano naufragou na Argentina e demoliu recordes na Colômbia

Germán Cano tem brilhado no Fluminense... mas sua carreira nem - Getty Images
Germán Cano tem brilhado no Fluminense... mas sua carreira nem Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

06/05/2023 04h00

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Autor de 23 gols no ano, o argentino Germán Cano é o protagonista de um Fluminense que foi campeão estadual, goleou por 5 a 1 o poderoso River Plate, é dono da melhor campanha até o momento na Copa Libertadores da América e se transformou na sensação da temporada no futebol brasileiro.

O centroavante de 35 anos está no único país pentacampeão mundial desde 2020, quando foi contratado pelo Vasco, e mudou de clube no Rio de Janeiro dois anos mais tarde. Ou seja, quando chegou por aqui, já estava se tornando um veterano.

Até por não terem acompanhado tão de perto assim a maior parte da carreira de Cano, os torcedores brasileiros tendem a se perguntar: será que o camisa 14 do Fluminense sempre "foi tudo isso"?

E a resposta para essa questão depende de para quem ela for endereçada. Na Argentina, o mais provável é que digam que o sucesso do atacante é uma surpresa enorme, daquelas que ninguém esperava. Já na Colômbia, falarão exatamente o contrário: que o seu 2023 está completamente dentro do normal para alguém que é excepcional.

Nascido no extremo nordeste da Argentina, já próximo das fronteiras com Brasil e Paraguai, Cano começou a carreira nas categorias de base do Lanús. Ele estreou como profissional em 2008 e atuou durante apenas três anos em seu país de origem.

Somando as partidas que disputou por seu primeiro clube e também por Chacarita Juniors e Colón, para quem foi emprestado, ele foi às redes apenas três vezes durante toda sua trajetória no futebol argentino.

A média de gols por lá foi inferior a 0,05 por partida, uma marca vergonhosa para qualquer atacante, mesmo aqueles que ainda estão dando o pontapé inicial da sua carreira.

Em 2011, Cano foi negociado com o Lanús para o Deportivo Pereira. E, na Colômbia, a vida do atacante começou a mudar. Em seu primeiro semestre no país onde alcançaria a consagração, ele já marcou dez gols em 18 apresentações.

Depois de uma rápida passagem pelo Paraguai (Nacional), o argentino desembarcou em julho do ano seguinte no Independiente Medellín. O que se viu a partir daí foi a construção de uma das maiores relações de idolatria do futebol sul-americano na década passada.

Na soma de duas passagens pelo DIM (abreviatura do nome do time), Cano disputou 192 partidas e foi as redes em 129 oportunidades (0,67 por jogo). Ele foi seis vezes artilheiro do Campeonato Colombiano e se transformou no maior goleador de toda a história do clube.

Apesar do sucesso na Colômbia, o argentino nunca conseguiu realizar o sonho de uma transferência para a Europa. O mais longe que chegou de casa foi uma passagem de quatro anos pelo México. Entre 2014 e 2018, ele defendeu as cores de Pachuca e León. Mas em nenhum dos dois clubes repetiu o que estava acostumado a fazer no futebol sul-americano.

No final de 2017, ele chegou a disputar o Mundial de Clubes pelo Pachuca. Reserva durante todo o torneio, o atacante só foi a campo durante os 15 minutos finais da prorrogação na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, na semifinal do torneio vencido pelo Real Madrid.

Com oito vitórias e uma derrota nas últimas nove partidas, o Fluminense já conquistou neste ano o título do Estadual do Rio e é o único time que passou com 100% de aproveitamento pelas três primeiras rodadas da Libertadores.

O próximo compromisso de Cano e seus companheiros no torneio continental será contra o The Strongest, na Bolívia, no dia 25 deste mês. Antes, no entanto, eles irão a campo mais quatro vezes pelo Brasileiro e terão o confronto de ida com o Flamengo pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Na Série A, a equipe de Fernando Diniz ocupa a quinta colocação, com seis pontos em três jogos, e pode alcançar o líder Botafogo caso vença o clássico contra o Vasco, hoje, às 21h (de Brasília), no Maracanã.