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Como guerra 'esconde' shows de Malcom na Rússia e prejudica seu futuro
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Malcom já destruiu o seu recorde pessoal de gols em uma única temporada, pela primeira vez na carreira deve ser o artilheiro de um campeonato nacional e tem tudo para escolhido como o melhor jogador da Rússia em 2022/23.
O problema é que, por conta da guerra na Ucrânia, quase ninguém no Ocidente tem acompanhado o melhor momento da carreira do atacante revelado nas categorias de base do Corinthians.
O boicote a tudo que é ligado à Rússia desde que as tropas de Vladimir Putin resolveram invadir o país vizinho, em fevereiro do ano passado, fez com que sua liga nacional parasse de ser transmitida na maior parte da Europa e levou à exclusão dos clubes do país das competições continentais, como a Liga dos Campeões.
Por isso, só mesmo os russos e alguns poucos dos seus aliados puderam acompanhar os 25 gols marcados por Malcom nesta temporada (sua melhor marca era de 12 tentos em um ano, quando jogava no Bordeaux, da França) e o protagonismo exercido por ele na conquista do quinto título nacional consecutivo do Zenit São Petersburgo.
Só na Premier League russa, o brasileiro já meteu 22 bolas nas redes. Desde 2012, quando o marfinense Seydou Doumbia marcou 28 vezes, a competição não tinha um artilheiro com números tão altos.
Na atual temporada, Malcom também conseguiu pela primeira vez na carreira anotar quatro gols em uma mesma partida (no 5 a 1 sobre o Krylya Sovetov, na semana passada) e participou de pelo menos três jogadas (com finalizações suas ou assistências) que terminaram com o placar movimentado em outras duas oportunidades.
É claro que alguém pode questionar que o futebol russo, especialmente depois da saída de muitos jogadores estrangeiros por conta da guerra e com a consequente queda de nível técnico, não é um parâmetro tão alto assim de sucesso.
Mas até aí Malcom acabou sendo prejudicado pelos reflexos do conflito bélico. Afinal, no auge da sua forma, acabou sendo impedido de medir forças contra potências do porte de Manchester City e Real Madrid e mostrar qual é o seu patamar máximo.
Essa escassez de testes de alto nível (leia-se participação na Champions, na Liga Europa e afins) diminui a possibilidade de transferência do atacante para algum centro mais importante do futebol internacional e também as chances de ser convocado para a seleção brasileira.
No começo do ano, o Paris Saint-Germain sondou a possibilidade de levar Malcom de volta para a França. No entanto, achou a pedida de 30 milhões de euros (R$ 161,8 milhões) alta demais para alguém que está afastado da elite e que requer uma avaliação tão complexa.
Um outro fator que pode atrapalhar a ida do atacante para um outro futebol é o fato de ele estar nos planos da seleção local. Putin já concedeu cidadania russa para o camisa 10. Mas, pelas regras da Fifa, ele precisa ter cinco anos de residência ininterrupta no país para estar apto a defender uma nova equipe nacional.
No Zenit desde 2019, Malcom irá completar esse período necessário para completar a naturalização em agosto do próximo ano. Caso deixe a Rússia antes disso, não poderá ser convocado pela seleção, que negocia com a Fifa para derrubar sua suspensão e poder participar das eliminatórias da Copa do Mundo-2026.
Além de Malcom, outros seis jogadores brasileiros fazem parte do elenco que deu continuidade à hegemonia do Zenit no futebol russo: os zagueiros Robert Renan e Rodrigão, o lateral esquerdo Douglas Santos, capitão do time, o meia Wendel e os meias-atacantes Claudinho e Gustavo Mantuan. O goleiro Ivan também chegou a defender o clube na primeira metade da temporada, mas foi emprestado ao Vasco em janeiro.
Já campeã nacional (tem 13 pontos de vantagem para o CSKA Moscou, vice-líder), a equipe de São Petersburgo tem mais quatro compromissos oficiais até o fim da temporada. Mas a tendência é que os brasileiros saiam de férias antecipadas após a partida contra o Krasnodar, amanhã.
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