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Volpi assume legado de Ceni, bate pênaltis e vira 'artilheiro' no México
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Contratado em 2019 pelo São Paulo, Tiago Volpi foi apresentado à torcida como uma espécie de sucessor direto de Rogério Ceni. Afinal, assim como o goleiro que se transformou em um dos maiores ídolos da história tricolor, tinha perfil de liderança, boa leitura de jogo para ocupar o papel de líbero quando necessário e talento também com os pés.
Mas só um ano depois de encerrar sua pouco brilhante passagem pelo Morumbi e retornar ao México, onde construiu a melhor parte da sua carreira e sempre foi tratado como um "jogador especial", o camisa 1 resolveu abraçar de vez o legado de RC.
Nesta temporada, Volpi entrou para o seleto grupo dos "goleiros-artilheiros", do qual Ceni é o expoente máximo na história do futebol (o são-paulino marcou 131 gols, mais do que qualquer outro nome na história da posição).
O brasileiro assumiu o posto de cobrador oficial de pênaltis do Toluca e converteu todas as quatro cobranças que executou.
Volpi teve sua primeira oportunidade em outubro passado, já em um cenário de pesada pressão. Seu time empatava por 3 a 3 com o Santos Laguna, no primeiro jogo das quartas de final do Campeonato Mexicano, até os 47 minutos do segundo tempo, quando surgiu a infração. Escolhido para a cobrança, o goleiro não hesitou e definiu a vitória.
No mês passado, quando foi efetivado de vez na função, o goleiro balançou as redes mais três vezes. E, em uma delas, contra o Necaxa, mostrou que já está tão confortável com a responsabilidade recém-adquirida que arriscou até uma "cavadinha".
Apesar de ter como objetivo principal evitar que os adversários façam gols, Volpi é o terceiro artilheiro do Toluca neste semestre. Com os três tentos anotados até o momento, ele só está atrás do centroavante Carlos González (oito) e do meia-atacante Maxi Araújo (seis).
O brasileiro começou a arriscar algumas cobranças de pênalti durante sua primeira passagem pelo México. No Querétaro, time que defendeu entre 2015 e 2018, ele nunca executou uma cobrança durante o tempo normal, mas fazia parte do quinteto escalado quando alguma disputa ia para a decisão por pênaltis.
A história se repetiu no São Paulo. Mesmo com a memória de Rogério Ceni gravada no DNA do clube, o goleiro só se arriscou nos pênaltis em mata-matas que terminaram empatados e precisaram de um desempate, como as oitavas de final da Sul-Americana de 2020 (contra o Fortaleza), quando Volpi converteu sua cobrança.
Dono da quarta melhor campanha da fase classificatória da Liga MX, o Toluca vive um drama nos mata-matas. A equipe estreou na reta final do torneio sendo goleado por 4 a 1 pelo Tigres e agora precisa vencer por pelo menos três gols de diferença na partida de volta, amanhã, para avançar às semifinais.
A equipe de Volpi é uma das forças mais tradicionais do futebol mexicano: está na primeira divisão ininterruptamente desde 1953 e é a terceira maior campeã nacional da história (tem dez títulos, menos apenas que América e Chivas Guadalajara). No entanto, já amarga um jejum de 13 anos desde que foi pela última vez o time número um do país.
No Apertura-2022, a primeira parte da atual temporada, disputada no segundo semestre do ano passado, o Toluca bateu na trave e chegou até a decisão. Mas acabou perdendo as duas partidas da final para o Pachuca e saiu derrotado do confronto que poderia valer o fim do seu jejum com um incômodo placar agregado de 8 a 2.
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