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Por que a maior hegemonia da história da elite europeia está por um fio?
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A maior hegemonia da história do primeiro escalão do futebol europeu está por um fio.
Depois de dez títulos consecutivos no Campeonato Alemão (feito único na existência das cinco principais ligas nacionais do Velho Continente), o Bayern de Munique entra na última rodada da Bundesliga como azarão na disputa pela taça.
Os bávaros estão dois pontos atrás do Borussia Dortmund (68, contra 70). Ou seja, já não basta mais para eles apenas vencerem o seu jogo deste fim de semana. Será preciso também secar seu adversário direto.
O Bayern só será campeão pela 11ª vez em sequência se derrotar o Colônia, como visitante, e o Dortmund não conseguir mais do que um empate frente ao Mainz, em casa. Qualquer outra combinação de resultados significa troféu para os aurinegros.
Os dois jogos que decidirão o campeão da Bundesliga 2022/23 serão simultâneos e estão marcados para as 10h30 (de Brasília) de amanhã.
Pior campeão desde 2010
Na melhor das hipóteses (vitória do Dortmund na rodada derradeira), o campeão alemão encerrará a temporada com 73 pontos, a mais baixa pontuação de um time que levou o troféu para casa desde 2009/10, quando o Bayern parou nos 70.
Durante os dez anos de hegemonia bávara na Bundesliga, a equipe de Munique nunca ficou abaixo dos 77 pontos (2021/22) e chegou a bater a marca de 91 (2012/13). O curioso é que mesmo o Dortmund chegou a ter campanhas melhores que a atual. Em 2015/16, por exemplo, foi vice-campeão com 78 pontos. E, em 2018/19, chegou a 76.
Ou seja, o time dirigido por Edin Terzic também não faz uma temporada brilhante, com resultados históricos. Ele só se transformou no favorito para retomar o posto de número um da Alemanha (que foi seu pela última vez em 2011/12) porque o Bayern deu mole demais e viu seu desempenho despencar na comparação com anos anteriores.
Lambanças em série
A temporada abaixo da crítica feita pelo Bayern tem sido creditada a uma sequência de decisões equivocadas tomadas pela diretoria comandada pelo ex-goleiro Oliver Kahn, um ídolo histórico do clube.
No meio do ano passado, ele não conseguiu lidar com o descontentamento do seu principal jogador do time, Robert Lewandowski, e acabou sendo convencido pelo polonês a negociá-lo com o Barcelona. Para piorar, apostou em Sadio Mané, ex-Liverpool, um jogador de características completamente diferentes, como substituto do artilheiro. O senegalês não conseguiu se comportar como um camisa 9 padrão, foi parar no banco de reservas e ainda arranjou encrenca com os líderes do elenco.
Em janeiro, a pedido do técnico Julian Nagelsmann, demitiram o preparador físico Toni Tapalovic, melhor amigo e padrinho de casamento do goleiro e capitão Manuel Neuer, que não gostou nem um pouco dessa decisão. Com isso, compraram uma briga das grandes com aquele que é o maior ídolo da torcida bávara na atualidade.
Pouco depois, em março, mesmo com o time ainda estando com 100% de aproveitamento na Liga dos Campeões, foi a vez de o treinador perder o emprego porque a diretoria havia detectado uma queda de rendimento em campo.
A troca de treinador a dois meses do fim da temporada deu tão errado quanto quase todo mundo imaginava. Com Thomas Tuchel, o Bayern foi eliminado da Champions pelo Manchester City, só ganhou cinco dos 11 jogos que disputou e agora corre sério risco de não ser campeão alemão depois de uma década de domínio pleno e absoluto.
O fator Bellingham
Sim, é verdade que o Dortmund atual não teria chances de ser campeão alemão se o Bayern estivesse fazendo uma temporada digna de sua história recente. Mas isso não significa que o Borussia não tenha seus méritos.
E o principal deles atende pelo nome de Jude Bellingham. Apesar de ser um jogador de meio-campo, o inglês de 19 anos é o líder de participações em gols no elenco aurinegro nesta temporada (21, 14 marcados por ele e sete frutos de suas assistências) e tem boas chances de ser eleito o craque de 2022/23 na Alemanha.
O camisa 22 é hoje um dos atletas mais cobiçados do Mercado da Bola internacional e deve ser negociado por uma fortuna na próxima janela de transferências. Os maiores clube da Inglaterra estão de olho nele, assim como o Real Madrid, hoje visto como favorito para contratá-lo.
Só que a presença de Bellingham no jogo que pode dar o título nacional ao Dortmund ainda é uma incógnita. O meia já não foi a campo na rodada passada por conta de dores no joelho e preocupa para o confronto decisivo com o Mainz.
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