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Pesca e bullying: quem é o goleiro que levou 9 gols de Haaland em um jogo
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Entre os poucos mais de 900 perfis que José García segue no Instagram, estão as páginas oficiais dos principais jogadores de futebol do planeta, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Kylian Mbappé e Neymar. Mas com Erling Haaland, o sentimento é bem diferente.
O goleiro da Real Sociedad, lanterna do Campeonato Hondurenho, já dividiu gramado com o artilheiro do Manchester City e adversário da Inter de Milão na decisão da Liga dos Campeões da Europa, amanhã, em Istambul (Turquia). Mais que isso: foi parte essencial de um dos feitos mais impressionantes da carreira do jovem centroavante norueguês.
Quatro anos atrás, suas seleções se encontraram no Mundial sub-20 da Polônia. E, como é rotina com quase todos os goleiros que cruzam o caminho do goleador, ele foi vencido pelo centroavante.
Só que isso não aconteceu uma, duas ou três vezes. Em apenas 90 minutos de futebol, o goleiro de Honduras sofreu nada menos que nove gols de Haaland (a partida terminou 12 a 0 para os europeus), um recorde histórico em fases finais de competições organizadas pela Fifa.
Divisor de águas... só para um deles
O feito inédito mudou a vida do centroavante norueguês, que acabara de ser contratado pelo Red Bull Salzburg e ainda nem era titular na Áustria.
Sob os holofotes do estrago que fez no Mundial, Haaland voltou com um novo status para sua equipe. Já no primeiro semestre de "vida nova", brilhou na fase de grupos da Champions (oito gols em seis partidas) e se transferiu para o Borussia Dortmund, onde se consolidou como um dos melhores jogadores do mundo até se mudar para o City, em julho passado.
Já a carreira de García não decolou da mesma forma. Enquanto o planeta não percebeu que o centroavante norueguês era mesmo um jogador diferente e que levar nove gols dele em uma mesma partida era quase "uma honra", o goleiro sofreu muito bullying de amigos e companheiros de time.
"Foi um pesadelo", resumiu o hondurenho, em entrevista ao jornal local "Diez".
Pandemia e rotina de pescador
Enquanto Haaland se firmava no cenário internacional, García tinha de lidar com dificuldades sequer imaginadas pelo seu mais famoso algoz.
Quando a pandemia da covid-19 estourou, no primeiro semestre de 2020, o então goleiro da Real España ainda nem havia estreado como profissional. Com as atividades futebolísticas paralisadas, precisou recorrer à pesca e também fez bico de pedreiro na construção da casa da mãe dele.
A primeira chance no futebol dos adultos surgiu logo que as competições foram retomadas, em um empréstimo para o Honduras Progreso. Mas, ainda hoje, aos 23 anos e atuando em uma equipe de pouca expressão do seu país, García passa muito mais tempo no banco de reservas do que em campo.
A final de Haaland
A final da Champions 2022/23 certamente terá um fato novo. Afinal, premiará um campeão inédito ou marcará a volta do futebol italiano ao topo da Europa depois de mais de uma década.
O City tenta se tornar apenas o segundo time a levantar pela primeira vez a Orelhuda neste século. O primeiro foi Chelsea, que entrou para a história em 2012 e tratou de repetir o feito nove anos mais tarde.
A Inter, por sua vez, tem muito mais tradição continental. Os nerazzurri disputarão a final pela sexta vez e buscam o quarto título (ganharam em 1964, 1965 e 2010).
Independentemente do campeão, já é praticamente certo que o prêmio de artilheiro irá para as mãos de Haaland. O algoz de García tem 12 gols na competição, oito a mais que Edin Dzeko (Inter), o segundo finalista que mais balançou as redes.
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