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Temporada de 8 meses e nem 40 jogos: como será a vida boa de Messi nos EUA
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Na entrevista em que anunciou a decisão de interromper a carreira na Europa para jogar nos Estados Unidos, Lionel Messi fez questão de dizer que está em busca de "um pouco mais de tranquilidade" e de "aproveitar o futebol de uma forma diferente" da que está acostumado.
Pois na MLS (Major League Soccer), o hoje veterano de 35 anos irá se deparar com uma rotina de jogos bem mais amena do que aquela com a qual lidou durante as quase duas décadas em que vestiu as camisas de Barcelona e Paris Saint-Germain.
Um time da parte de baixo da tabela da liga norte-americana, caso do Inter Miami, lanterna da Conferência Leste, tem uma temporada de apenas oito meses e não chega nem a disputar 40 partidas oficiais no ano.
É uma diferença enorme na comparação com a fase mais puxada da carreira de Messi no futebol europeu. Em 2011/12, ele foi a campo nada menos que 60 vezes pelo Barcelona. E ainda desfalcou a equipe em duas oportunidades.
Ou seja, além de morar em uma cidade litorânea (e onde dá praia na maior parte do ano), o argentino terá uma agenda profissional bem menos cheia.
Como funciona o calendário nos EUA
Ao contrário das principais ligas da Europa, a MLS não é disputada em sistema de pontos corridos. Ela tem uma fase classificatória, que vai de fevereiro a outubro, e depois entra em um sistema de playoffs, que se arrasta até o começo de dezembro.
Além disso, todos os clubes norte-americanos participam em paralelo da US Open Cup, um similar da Copa do Brasil, que reúne 99 equipes em confrontos eliminatórios de jogo único.
O menor calendário possível para um time da MLS, com eliminação na temporada regular da liga e também na estreia na copa nacional, é de 35 jogos oficiais.
Por outro lado, é impossível para uma equipe dos EUA disputar mais de 57 partidas no mesmo ano. E, para alcançar esse número, ela terá de chegar à decisão da MLS, da US Open Cup e da Liga dos Campeões da Concacaf, além de alcançar pelo menos as semifinais do Mundial de Clubes.
Polêmica com Neymar
O calendário mais tranquilo do futebol nos EUA já fez Neymar e o comissário da MLS, Don Garber, baterem boca publicamente.
No começo do ano passado, o brasileiro afirmou que tem muita vontade de ainda se transferir para os Estados Unidos porque "o campeonato lá é curto, então você tem uns três ou quatro meses de férias. Dá para jogar muitos anos ainda."
A declaração irritou a alta cúpula da liga. Seu dirigente máximo exigiu respeito de todo e qualquer interessado em atuar na MLS e afirmou que a competição não é lugar para "jogador aposentado".
A decisão de Messi
A definição de que o craque da Copa do Mundo-2022 irá para os Estados Unidos encerra meses de especulação sobre o que ele faria depois do fim do seu contrato com o Paris Saint-Germain.
Criticado pela parte mais radical dos torcedores franceses, Messi nem chegou a abrir negociações mais concretas para renovar com o clube da Cidade Luz.
Sua prioridade era retornar para o Barcelona. No entanto, as indefinições sobre a viabilidade econômica da sua contratação pelos culés (que dependia de uma série de cortes de custo e venda de jogadores que o clube teria de cumprir) minaram esse plano.
Messi também tinha em mãos uma proposta milionária do governo da Arábia Saudita, novo eldorado do futebol mundial, para jogar no Al-Hilal, principal rival do Al-Nassr, de Cristiano Ronaldo.
De acordo com o site "The Athletic", a proposta que convenceu o argentino a se mudar para os Estados Unidos inclui, além do salário, participação em receitas do streaming Apple +, uma bonificação da Adidas, patrocinadora oficial da MLS, e até facilidades na obtenção de licença para a futura compra de um clube após a aposentadoria.
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