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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Time rejeitado por Messi entra em disputa com Europa e Brasil por Firmino

Colunista do UOL

12/06/2023 04h20

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O Al-Hilal, clube da Arábia Saudita que foi rejeitado por Lionel Messi, entrou na briga para contratar Roberto Firmino.

O time já entrou em contato com o estafe do atacante brasileiro para sondar disponibilidade de uma possível transferência para o Oriente Médio.

Após oito temporadas no Liverpool, o camisa 9 não teve o contrato renovado pelo clube inglês. Além do Al-Hilal, times da Europa e também do Brasil têm interesse em contar com o futebol do veterano de 31 anos.

O que aconteceu

Na semana passada, o nome de Firmino já havia aparecido em uma lista de dez nomes importantes que o governo da Arábia Saudita contratar para aquecer seu campeonato. A relação foi divulgada por diferentes veículos da imprensa europeia.

Como o Al-Nassr (Cristiano Ronaldo) e o Al-Ittihad (Karim Benzema e em negociações avançadas com N'Golo Kanté) já possuem craques consagrados para chamar de seus, a prioridade agora é descolar reforços de peso para o Al-Hilal.

O clube que deseja contratar Firmino é o mais popular e vitorioso da Arábia Saudita: são 18 títulos nacionais e quatro edições da Liga dos Campeões da Ásia.

Ainda não há uma proposta financeira formulada pelo brasileiro. Mas a expectativa é que ela seja muito superior ao salário de 11 milhões de euros (R$ 57,8 milhões) por temporada que ele recebia no Liverpool.

Até segunda ordem, prioridade é a Europa

Antes do interesse saudita, Firmino tinha como prioridade clara para a sequência da sua carreira descolar um contrato em algum outro clube da elite europeia. Várias equipes desse escalão (Real Madrid, Barcelona, Juventus, Napoli, Inter de Milão e Milan) foram apontadas como candidatos a contratá-lo.

O atacante não desconsiderava completamente a ideia de encerrar sua trajetória no Velho Continente para retornar ao Brasil, onde defendeu apenas o Figueirense profissionalmente. No entanto, esse era o plano B, que só seria acionado caso seu desejo principal não fosse atendido.

Aqui no país pentacampeão mundial, o ex-atacante do Liverpool viu seu nome ser ligado a rumores de possíveis transferências para Corinthians, Flamengo e Internacional.

Ambição saudita

O governo saudita resolveu estatizar os quatro principais clubes do país, investir US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) em salários e comissões de jogadores e tem feito de tudo para se transformar em um novo polo do futebol mundial por um motivo muito simples: deseja utilizar o esporte para melhorar sua imagem no cenário internacional.

O exemplo vem do Qatar, que investiu a rodo no Paris Saint-Germain e na organização da Copa do Mundo-2022 para tentar deixar de ser lembrado como um país que não respeita os direitos civis e ainda se utiliza de trabalho análogo à escravidão.

No caso da Arábia Saudita, a prática do "Sportswashing" está ligada ao longo histórico que conecta a nação à violação de direitos humanos (especialmente em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+) e e perseguição religiosa contra a minoria cristã que habita o país.

O próprio Bin Salman, provavelmente o próximo rei saudita, foi apontado por um relatório de inteligência norte-americano como mandante da morte do jornalista Jamal Khashoggi, um ferrenho opositor do governo árabe, ocorrida em 2018.

Coincidência ou não, foi depois desse acontecimento que a nação intensificou o investimento em futebol e se lançou como candidata a receber uma Copa ao longo dos próximos 20 anos.