Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Na Arábia, Jorge Jesus será o técnico de seleção mais bem pago do mundo
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Prestes a ser anunciado como novo comandante da Arábia Saudita, o português Jorge Jesus se transformará no treinador de seleções mais bem pago do planeta.
O ex-técnico do Flamengo deve assinar nos próximos dias contrato até a Copa do Mundo-2026, pelo qual receberá 10 milhões de euros (R$ 52,9 milhões) anuais, um valor recorde para o mercado dos times nacionais.
Atualmente, o treinador de seleções com maior remuneração no futebol mundial é o alemão Hansi Flick, que até já foi campeão europeu com o Bayern de Munique e ganha 6,5 milhões de euros (R$ 34,4 milhões) por temporada para conduzir a equipe germânica.
O que aconteceu?
O salário na seleção saudita será o mais alto da carreira de Jesus. No Fenerbahce, clube que dirigiu na última temporada, ele recebia algo em torno de 7 milhões de euros (R$ 37 milhões) por ano.
Os rendimentos de JJ ficarão bem próximos dos 11 milhões que o italiano Carlo Ancelotti, próximo técnico do Brasil, ganha no Real Madrid. Ainda não se sabe quanto a CBF irá pagar por seus trabalhos a partir do segundo semestre de 2024.
Considerando os profissionais em ação por clubes e seleções, Jesus se transformará no décimo treinador mais bem pago do planeta, com ganhos no mesmo patamar de Simone Inzaghi, vice da Champions à frente da Inter de Milão.
Jesus foi candidato a dirigir o Brasil
Antes da confirmação de que Ancelotti será o comandante do Brasil no ciclo do Mundial organizado por Canadá, Estados Unidos e México, Jorge Jesus viveu a expectativa de ser escolhido para o cargo.
Credenciado pelo sucesso que fez na passagem pelo Flamengo, o português contou com lobby de vários ex-jogadores ligados ao time carioca, como o ex-goleiro Júlio César, para tentar convencer a CBF a contratá-lo.
Depois de uma volta decepcionante ao Benfica, Jesus conquistou no Fenerbahce seu primeiro título pós-Flamengo: a Copa da Turquia. No campeonato nacional, terminou na segunda colocação, oito pontos atrás do Galatasaray.
Por que a Arábia está investindo tanto
A contratação de JJ para conduzir a seleção saudita faz parte do mesmo plano que levou para os clubes do país mais populoso do Oriente Médio estrelas do quilate de Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e N'Golo Kanté.
O governo saudita resolveu estatizar os quatro principais clubes, investir US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões) em salários e comissões de jogadores e tem feito de tudo para se transformar em um novo polo do futebol mundial por um motivo muito simples: deseja utilizar o esporte para melhorar sua imagem no cenário internacional.
O exemplo vem do Qatar, que investiu a rodo no Paris Saint-Germain e na organização da Copa do Mundo-2022 para tentar deixar de ser lembrado como um país que não respeita os direitos civis e ainda se utiliza de trabalho análogo à escravidão.
No caso da Arábia Saudita, a prática do "Sportswashing" está ligada ao longo histórico que conecta a nação à violação de direitos humanos (especialmente em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+) e perseguição religiosa contra a minoria cristã que habita o país.
O próprio Bin Salman, provavelmente o próximo rei saudita, foi apontado por um relatório de inteligência norte-americano como mandante da morte do jornalista Jamal Khashoggi, um ferrenho opositor do governo árabe, ocorrida em 2018.
Coincidência ou não, foi depois desse acontecimento que a nação intensificou o investimento em futebol e se lançou como candidata a receber uma Copa ao longo dos próximos 20 anos -o plano, neste momento, é sediar o torneio de 2034.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.