Rafael Reis

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Ídolo do PSG e algoz do Brasil diz que Neymar ama mais a vida que o futebol

Com mais de 260 partidas pelo Paris Saint-Germain no currículo, o ex-goleiro francês Joël Bats não tem palavras muito positivas para falar de Neymar, o atual camisa 10 do clube da Cidade Luz.

O ex-jogador, sempre lembrado no Brasil por defendido um pênalti de Zico e provocado a eliminação da seleção nas quartas de final da Copa do Mundo-1986, é duro ao descrever o craque brasileiro.

"Neymar ama mais a vida que o futebol. Um jogador de primeiro escalão precisa amar o esporte acima de tudo e fazer sacrifícios para se manter no nível mais alto. Não me parece que ele tem disposição para fazer todo o necessário para continuar no topo", afirmou o francês, em entrevista por telefone ao "Blog do Rafael Reis".

A íntegra do bate-papo, com relevações sobre a relação entre Bats e Zico, a passagem de bastão entre as diferentes gerações do futebol francês e as amizades do ex-goleiro com brasileiros, será publicada amanhã.

Neymar não deu ao PSG tudo que o clube esperava

Na avaliação do francês, Neymar não conseguiu honrar os 222 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) investidos pelo PSG para contratá-lo. O valor configura até hoje a transferência mais cara da história do futebol.

"Tudo que o PSG queria e ainda quer é ganhar a Liga dos Campeões. Neymar foi contratado para isso, para ganhar os jogos decisivos da Champions. Só que isso nunca aconteceu. Na segunda metade da temporada, quando chega a hora dessas partidas, ele está sempre machucado ou em más condições físicas."

A situação descrita por Bats realmente aconteceu na última temporada. Devido a um problema no tornozelo que o obrigou a passar por uma cirurgia, o brasileiro disputou seu último jogo em 19 de fevereiro e não participou do confronto que eliminou os parisienses do torneio europeu (derrota por 2 a 0 para o Bayern de Munique, pelas oitavas de final).

Os inúmeros problemas físicos de Neymar são um dos motivos pelos quais o camisa 10 sofreu forte pressão da torcida na reta final de 2022/23. A cobrança é que para ele fosse negociado na atual janela de transferências.

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A diretoria concordava com esse desejo de transferência. No entanto, a escassez de interessados em bancar seu alto salário e um pedido do novo técnico do clube, Luis Enrique, com quem trabalhou no Barcelona, fizeram o astro ganhar uma "última chance" no Parc-des-Princes.

Quem é Bats?

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Imagem: Divulgação

O goleiro disputou 50 partidas pela seleção francesa entre 1983 e 1989 e fez parte da geração que colocou os "Bleus" no mapa da bola com a conquista da Eurocopa-1984 e a terceira colocação no Mundial do México, dois anos mais tarde.

Revelado no Sochaux, Bats também jogou no Auxerre até se transferir para o PSG. Ele chegou à capital em 1985, ajudou o clube a conquistar já na temporada de estreia seu primeiro título francês e por lá permaneceu até o fim da carreira.

Depois da aposentadoria, em 1992, continuou trabalhando no Parc-des-Princes, primeiro como preparador de goleiros, depois como auxiliar e, finalmente, como técnico (entre 1996 e 1998) Ele também trabalhou no Châteauroux, no Lyon e se aposentou no Montréal Impact, há quatro anos.

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