Rafael Reis

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Mais assistências que gols: como joga James Rodríguez, reforço do SPFC

Provável principal reforço do São Paulo para a segunda metade do Campeonato Brasileiro e as retas finais da Copa do Brasil e da Sul-Americana, James Rodríguez é um camisa 10 na concepção mais tradicional da expressão.

Taticamente, o colombiano prefere atuar pela faixa central do campo, posicionado logo atrás de um homem de referência no ataque, que costuma ser o alvo principal das suas buscas por tabelas e passes em profundidade.

Quanto aos recursos com a bolas nos pés, James sempre esteve entre os jogadores mais técnicos e criativos de todos os elencos que defendeu, mesmo os de Real Madrid e Bayern de Munique.

Sua carreira aquém do esperado em gigantes da Europa tem a mais a ver com a baixa intensidade do seu jogo do que com escassez de talento. Isso, definitivamente, é algo que não lhe falta.

Mais assistências do que gols

Apesar de ter sido artilheiro da Copa do Mundo-2014 (seis gols), costuma brilhar mais como garçom do que como responsável por concluir as jogadas. Ao longo da carreira, o camisa 10 acumula mais assistências (172) do que bolas nas redes (146).

Mesmo com essa característica, o colombiano não é um jogador que recua muito para armar sua equipe de atrás. Sua área de atuação é mesmo a intermediária ofensiva, onde costuma se posicionar para dar um passe decisivo ou arriscar os chutes de média distância, outro dos seus pontos fortes.

Dependendo do esquema tático no qual está inserido, James também pode ser escalado como um falso ponta, normalmente aberto pela direita (costumava jogar assim no Everton).

No entanto, quando utilizado assim, raramente vai à linha de fundo. Sua tendência natural é partir em diagonal rumo ao centro, em busca de espaço para uma finalização de canhota e abrindo o corredor para as subidas de um lateral.

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Pouca pegada e muito desgaste

Inquestionável com a bola nos pés, James sempre deixou a desejar no trabalho defensivo. Aos 32 anos e com o físico já baleado por inúmeras lesões, essa deficiência tornou-se ainda mais evidente.

Na temporada passada, o astro foi somente o 24º jogador do Olympiacos com maior média de recuperação de bolas (0,7 por partida, de acordo com o "Sofascore").

A falta de capacidade física do colombiano para correr atrás dos adversários e o pouco tato para praticar desarmes são um empecilho para times que desejam atuar com marcação mais alta. Com James em campo, esse estilo normalmente não funciona.

A questão é que também não é sempre que o colombiano está à disposição. Muito pelo contrário. Com excesso de lesões, a última vez em que ele conseguiu completar 30 jogos em uma temporada foi em 2017/18, quando defendeu o Bayern.

O que o São Paulo quer de James?

Apesar da desconfiança provocada pelos problemas físicos e pela pesada oscilação de desempenho vista nas últimas temporadas, o São Paulo resolveu investir em James por considerar que ele é um jogador tecnicamente muito acima da média para o futebol brasileiro.

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A ideia da equipe paulista é qualificar seu setor de criação para se manter na parte de cima da classificação do Brasileiro (é a sexta colocada) e, especialmente, para tentar o título inédito da Copa do Brasil.

O time dirigido por Dorival Júnior perdeu por 2 a 1 para o Corinthians no primeiro jogo das semifinais do mata-mata nacional, na última terça-feira, e precisará de uma vitória por pelo menos dois gols de diferença no dia 16 de agosto, em casa, para ir à decisão.

Antes, o São Paulo terá pela frente mais três compromissos pelo Brasileiro (Bahia, amanhã, além de Atlético-MG e Flamengo) e os dois jogos frente o San Lorenzo, pelas oitavas da Sul-Americana.

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