Rafael Reis

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Caçapa aposta em Botafogo campeão e tem carreira na Europa como objetivo

Há 40 dias, a vida de Cláudio Caçapa deu uma bela reviravolta. Depois de sete temporadas e meia como auxiliar do Lyon, o ex-zagueiro da seleção recebeu a oportunidade de ser o técnico interino do Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro.

O resultado da experiência foi tão positivo (quatro vitórias em quatro jogos) que seu patrão, o empresário norte-americano John Textor, não o devolveu para a antiga função. Em vez disso, convidou-o para estrear como treinador principal e efetivo de um outro clube do grupo.

Após duas partidas (com um triunfo e uma derrota) à frente do RWD Molenbeek, atual campeão da segunda divisão da Bélgica, Cláudio (como prefere ser chamado) conversou com o "Blog do Rafael Reis" sobre o turbilhão de novidades que tem vivido.

Botafogo tem tudo para ser campeão brasileiro

Acredito que o Botafogo ganhará o Brasileiro, espero que ganhe. Os jogadores são merecedores por tudo que têm feito. É raro ver um time performar como o Botafogo está performando. É claro que ainda faltam muitos jogos, mas fico na torcida. Um grande clube como o Botafogo não pode passar tanto tempo sem erguer uma taça tão importante.

Medo de assumir o Botafogo e tudo desandar

Eu já havia conversado com os dirigentes do Lyon que queria ser treinador principal e iria embora do clube se surgisse uma oportunidade. Então, me chamaram para essa experiência no Botafogo.

Confesso que fiquei com dúvidas sobre o convite. Senti uma insegurança, já que ele era líder do campeonato e não é normal vermos troca de técnico quando um time está tão bem. Mas a ficha caiu, e eu aceitei. Assim que cheguei lá, já começou uma sintonia forte com o grupo. Senti algo de especial nos olhos dos jogadores e percebi que algo de muito bom estava para acontecer.

Chegou a sonhar que seria efetivado

Minha ideia era dar continuidade ao trabalho do Luís Castro. Nos primeiros dias, o importante é dar tranquilidade ao elenco e manter o que o antigo treinador vinha fazendo tão bem. Mas também aprendo que, mesmo quando algo está bom, sempre dá para melhorar.

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Fomos vencendo os jogos e começaram os burburinhos [de que eu poderia ser efetivado]. Eu sabia que o Botafogo estava procurando um treinador com bagagem maior que a minha. Mas, como ser humano, você começa a sonhar. Posso dizer que sonhava, mas com os pés no chão.

Sucesso no Botafogo convenceu Textor

Quando voltei para Lyon, participei de dois treinos e já me avisaram que eu teria de viajar a Bruxelas para assumir o Molenbeek. Acredito que foi meu período no Botafogo que o convenceu. O Textor ainda tinha dúvidas, já que eu não havia treinado nenhum clube sozinho. Acho que ele percebeu que eu estava pronto para esse desafio.

Carreira no Brasil ou na Europa?

Minha primeira vontade é de vencer na Europa. Lá atrás, quando jogador, vim para ficar cinco meses, falei que ia fazer história por aqui e fiz. Consegui todos os meus diplomas de técnico por aqui e agora estou começando a carreira na Bélgica. Era tudo que eu queria. Hoje, meu desejo é permanecer aqui na Europa. Amanhã é uma outra história.

A preparação para vencer como técnico

Passei seis anos e meio como auxiliar no Lyon. Era justamente isso que eu queria. Acredito que o cara que jogou precisa estudar para se transformar em um grande técnico. Então, aproveitei esse tempo para fazer meu curso da Uefa e absorver tudo que podia dos treinadores com quem trabalhava [Bruno Génésio, Sylvinho, Rudi Garcia, Peter Bosz e Laurent Blanc, além de Alexandre Gallo, de quem foi auxiliar antes de ir à Europa]. Sempre fui de prestar muita atenção neles, e isso me capacitou para ser um treinador melhor. Hoje, vejo os problemas com mais velocidade e entendo melhor o jogo.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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