Rafael Reis

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Mbappé pode mesmo ficar um ano inteiro sem jogar, como ameaça o PSG?

Kylian Mbappé não participou da pré-temporada do Paris Saint-Germain e também não será aproveitado pelo técnico Luis Enrique na primeira partida oficial de 2023/24, contra o Lorient, amanhã, pela rodada de abertura do Campeonato Francês.

O presidente Nasser Al-Khelaifi segue firme na sua promessa de que o craque não fará parte do elenco parisiense a menos que tope renovar seu contrato, que termina em junho do próximo ano. A outra opção apresentada pelo dirigente é o camisa 7 aceitar alguma proposta e ser negociado nesta janela.

Só que Mbappé também não tem se mostrado disposto a ceder. O craque já recusou uma proposta economicamente inédita no futebol mundial para jogar na Arábia Saudita e continua dizendo que cumprirá seu vínculo com o PSG até o fim para depois ir embora "de graça" (provavelmente para o Real Madrid).

Em meio a essa queda de braço, a questão que fica é: será que o PSG tem condições de sustentar essa posição e deixar um dos melhores jogadores de futebol da atualidade inativo durante um ano inteiro? Ou tudo não passa de um blefe para forçar o atacante a aceitar alguns dos caminhos propostos pela diretoria?

Mbappé corre risco de ficar um ano sem jogar?

A estratégia utilizada pelo PSG contra Mbappé não é inédita no clube. Em temporadas anteriores, o meia Adrien Rabiot e o meia-atacante Hatem Ben Arfa também foram afastados da equipe e tiveram longos períodos de inatividade porque se recusaram a cumprir os planos de Al-Khelaifi para eles.

O craque francês pode aceitar tranquilamente esse longo período de férias remuneradas (como fez Rabiot) antes de deixar Paris ou iniciar uma guerra jurídica contra os empregadores (opção escolhida por Ben Arfa).

E aí, há duas regulamentações em seu favor. Tanto a Justiça francesa quanto a Fifa podem decidir pelo rompimento imediato do contrato de Mbappé, com pagamento de indenização pelos danos provocados (talvez até tudo que ele tenha a receber até o fim do vínculo), se considerarem que o empregador está impedindo o atacante de exercer livremente sua profissão -e isso inclui até mesmo deixar no banco de reservas por longos períodos um atleta cuja titularidade seria evidente.

Neymar também pode ir embora

Mbappé não é a única estrela de primeira grandeza que pode ir embora de Paris ainda nesta janela.

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Neymar, a contratação mais cara da história do clube, já comunicou à diretoria que gostaria de ser negociado nas próximas semanas. A decisão agrada ao alto comando do futebol parisiense, que é totalmente favorável a essa transferência.

O brasileiro vislumbra um retorno ao Barcelona, mas está ciente de que as condições econômicas da equipe catalã e a oposição feita pelo técnico Xavi Hernández dificultam essa volta.

Com isso, a melhor opção de saída para Neymar pode acabar sendo o Al-Hilal, da Arábia Saudita, que tem dinheiro de sobra para arcar com o alto custo de uma contratação do camisa 10 (direitos econômicos mais salário).

Fim de era

Com as possíveis saídas de Mbappé e Neymar, o PSG corre risco de entrar na disputa das competições de 2023/24 sem os quatro jogadores de maior relevância no cenário internacional que faziam parte do seu elenco na temporada passada.

Isso porque o zagueiro espanhol Sergio Ramos, multicampeão com o Real Madrid, e o craque argentino Lionel Messi se recusaram a renovar com a equipe parisiense e saíram em busca de novos ares.

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Ao contrário do que estava acostumado a fazer desde que começou a ser financiado pelo governo do Qatar, o PSG não buscou peças de reposição com esse mesmo perfil midiático. Seu reforço mais caro desta janela é o volante Manuel Ugarte, que estava no Sporting e é desconhecido de quem não acompanha com muita profundidade o futebol europeu.

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