Rafael Reis

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Opinião

Jogar na Arábia é o caminho natural para a carreira que Neymar escolheu ter

A proposta salarial de 100 milhões de euros (R$ 535 milhões) anuais feita pelo Al-Hilal e a falta de dinheiro do Barcelona para negociar com o Paris Saint-Germain a compra dos direitos econômicos de Neymar deixaram o brasileiro com uma única opção: aceitar a mudança para a Arábia Saudita.

O camisa 10 realmente não tinha mesmo como permanecer no PSG. A diretoria há anos busca uma forma de descartá-lo, e os torcedores vinham implorando e pressionando por sua saída. O clube árabe, que tende a anunciar sua contratação nos próximos dias, "é o que tem para hoje".

Por isso, é possível dizer que passar aquelas que tendem a ser as últimas temporadas produtivas da sua carreira no ainda incipiente (mesmo que com a recente chegada de grandes astros) futebol do Oriente Médio não será uma decisão tomada agora pelo staff do camisa 10.

Neymar começou a trilhar o caminho que o deixou encurralado e com uma única possibilidade concreta para a sequência da carreira seis anos atrás, quando escolheu encerrar a vitoriosa parceria com Lionel Messi para ganhar muito dinheiro no PSG.

Sim, é verdade que na época parecia que aquela era uma escolha esportiva em busca do protagonismo que não tinha como ter no Camp Nou justamente pela presença do craque argentino. Pura balela.

Contratação mais cara da história do futebol mundial, Neymar (ou pelo menos seu staff/pai, já que as duas coisas se misturam) queria mesmo era o dinheiro que o governo do Qatar (dono do PSG) tinha para lhe oferecer e também o ego de ter um "time a seus pés".

Só que aí apareceu um tal de Kylian Mbappé para dividir os holofotes. E só sobrou a grana.

O Neymar candidato a prêmios de melhor do mundo foi murchando com o passar das temporadas. A badalada vida fora dos gramados impediu o brasileiro de manter um físico consistente com o futebol atual. E vieram as sequências intermináveis de contusões.

O brasileiro continuou (e, para falar a verdade, continua) jogando bem. A questão é que joga muito pouco, cerca de metade dos compromissos oficiais do seu clube na temporada.

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Assim, quem em sã consciência teria coragem de investir em um "meio-jogador"?. Os problemas físicos, aliados à vontade de não abdicar do salário milionário, tiraram Neymar da rota de clubes como Real Madrid e Bayern de Munique e Manchester United, que já o quiseram no passado e hoje sequer o cogitam como reforço.

Sobrou para o maior jogador brasileiro da sua geração a aventura do Al-Hilal, um clube muito mais preocupado em usar seu rosto para melhorar a imagem internacional da Arábia Saudita do que com sua performance esportiva.

Não foi agora que Neymar decidiu jogar no Oriente Médio. Seu triste fim de carreira (pelo menos para quem imaginava que ele gravaria seu nome como um jogador de topo da pirâmide, caso desse colunista) começou a ser escrito lá em 2017.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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