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Sem bônus por produtividade ou posts: como é o contrato de Neymar na Arábia

O contrato de Neymar com o Al-Hilal não prevê o pagamento de nenhum tipo de bônus por produtividade em campo ou postagens nas redes sociais. O "Blog do Rafael Reis" apurou detalhes do acordo fechado. Tudo que o craque brasileiro irá receber na Arábia Saudita é um valor fixo de 320 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão) por duas temporadas.

O jogador de 31 anos concluiu os últimos detalhes da transferência para o Oriente Médio na manhã de terça-feira. A expectativa é que ele já faça a estreia oficial pelo novo clube no sábado, contra o Al-Feiha, pela segunda rodada da liga nacional.

Para liberar Neymar, o Paris Saint-Germain irá receber 100 milhões de euros (R$ 545 milhões). Trata-se da venda mais cara da história do clube francês e também do maior investimento já feito pelo futebol saudita para ter um único jogador.

Tempo de contrato e sem extras

A princípio, Neymar será jogador do Al-Hilal por dois anos. O acordo selado entre o camisa 10 e seu novo clube vai até junho de 2025. Existe a possibilidade de o vínculo ser estendido por mais uma temporada, até a Copa do Mundo-2026, mas essa não é uma obrigatoriedade contratual.

Diferentemente do que acontece com a maioria dos jogadores da elite do futebol europeu, o contrato do brasileiro na Arábia Saudita não tem nenhum tipo de cláusula de produtividade.

Mesmo que Neymar leve o Al-Hilal ao título mundial e conquiste o prêmio de melhor jogador do planeta (feitos que estão bem fora das pretensões do clube), ele não terá direito automaticamente a nenhum tipo de bonificação —embora os bichos bem gordos (e não previstos em contrato) sejam uma tradição do futebol do Oriente Médio.

O entendimento das duas partes envolvidas no negócio é que a remuneração de Neymar, a segunda maior do futebol mundial, não engloba apenas salário, mas também todos os extras que ele poderia receber, como luvas pelo acordo firmado, prêmios por performance e exploração da sua imagem.

Nada de bônus por atividade nas redes

Ao contrário de informação que viralizou nas redes sociais nos últimos dias, Neymar não receberá 500 mil euros (R$ 2,7 milhões) a cada vez que postar em suas plataformas algo positivo da Arábia Saudita ou do campeonato local.

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O governo saudita realmente deseja que o novo camisa 10 do Al-Hilal, assim como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e as outras estrelas recém-contratadas pelos clubes de lá, atue como uma espécie de embaixador do país perante a comunidade internacional.

Só que o contrato assinado por Neymar não conta com nenhum tipo de cláusula que o bonifique por essa atuação extracampo. Esse tipo de acordo (venda de publis) pode até acontecer em um segundo momento, mas será um negócio por fora.

Por que a Arábia está gastando tanto?

A chegada de tantos reforços de peso ao futebol saudita ao mesmo tempo não é coincidência, mas sim parte de um projeto da monarquia que é "dona" do país.

O governo local resolveu estatizar os quatro principais clubes, investir uma fortuna em salários e comissões de jogadores e tem feito tudo para se transformar em um novo polo do futebol mundial por um motivo muito simples: deseja utilizar o esporte para melhorar sua imagem no cenário internacional.

O exemplo vem do Qatar, que gastou a rodo no Paris Saint-Germain e na organização da Copa do Mundo-2022 para tentar deixar de ser lembrado como um país que não respeita os direitos civis e ainda se utiliza de trabalho análogo à escravidão.

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No caso da Arábia Saudita, a prática do "Sportswashing" está ligada ao longo histórico que conecta a nação à violação de direitos humanos (especialmente em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+) e perseguição religiosa contra a minoria cristã que habita o país.

O próprio Bin Salman, provavelmente o próximo rei saudita, foi apontado por um relatório de inteligência norte-americano como mandante da morte do jornalista Jamal Khashoggi, um ferrenho opositor do governo árabe, ocorrida em 2018.

Foi depois deste acontecimento que o país intensificou o investimento em futebol (também comprou o Newcastle, da Inglaterra) e se lançou como candidato a receber uma Copa ao longo dos próximos 20 anos —o plano, neste momento, é sediar o torneio de 2034.

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