Rafael Reis

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Reportagem

Por que Alisson só ganha elogios na Inglaterra enquanto 'apanha' no Brasil?

No último domingo, Alisson fez uma defesa digna de entrar para a história do futebol. Na vitória por 2 a 1 do Liverpool sobre o Newcastle, o brasileiro conseguiu rebater para cima um míssil disparado por Miguel Almirón. E, depois de a bola acertar a trave e quicar no gramado, ainda deu um tapa para jogá-la para escanteio.

Após a partida, o técnico Eddie Howe classificou a intervenção feita pelo arqueiro adversário como a melhor defesa que já presenciou em toda sua carreira. Nas redes sociais, torcedores ingleses também se derreteram pelo lance que ajudou os Reds a somarem mais três pontos no Campeonato Inglês.

Enquanto isso, aqui no Brasil, a reação foi bem menos eufórica. Evidentemente, também houve elogios para a atuação de gala de Alisson. Só que não faltaram comentários na linha de "não é para tanto" e "lance de sorte".

E essa diferença de abordagem sobre o camisa 1 do Liverpool está longe de ser uma novidade. Enquanto é tratado na Inglaterra como um dos maiores goleiros da atualidade e até mesmo da história da Premier League, o ex-Internacional é um frequente alvo de críticas no Brasil.

Por que a Inglaterra ama Alisson?

No Liverpool desde 2018, o brasileiro soma 207 gols sofridos em 234 partidas desde que desembarcou em Anfield. Esse número significa uma média de 0,88 tento por partida, melhor até que a do badalado Thibaut Courtois no Real Madrid (0,95).

Em todas as temporadas da Premier League que disputou, Alisson ficou entre os cinco goleiros mais bem avaliados pelo "WhoScored?", plataforma de inteligência artificial que transforma estatísticas em notas que medem o desempenho de cada jogador. Em 2022/23, teve a melhor nota da carreira (6,92).

Com o gaúcho no gol, o Liverpool venceu uma Liga dos Campeões (2018/19) e acabou com um jejum de três décadas no Inglês (2019/20). No ano da conquista da Champions, ele faturou todos os prêmios possíveis de melhor goleiro do planeta.

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No Brasil, é diferente

Perto de ser uma unanimidade no futebol inglês, Alisson convive com uma realidade bem diferente no seu país natal. Por aqui, ele é visto por muita gente como um goleiro comum. E o principal motivo para essa conclusão é sua performance em Copas do Mundo.

Titular em 2018 e 2022, não cometeu nenhuma falha gritante durante essas campanhas que justificasse esse "ranço". Só que também não salvou a equipe pentacampeã mundial em nenhum momento decisivo.

No Qatar, não conseguiu defender nenhuma cobrança da Croácia no jogo que provocou a eliminação brasileira. Para o torcedor de fortes lembranças de Taffarel, Dida e Marcos, todos grandes pegadores de pênalti, isso é algo similar a um crime. E Alisson ficou tachado como sinônimo de derrota.

Em busca da recuperação

Depois de terminar na quinta colocação na temporada passada do Inglês e interromper uma sequência de seis classificações consecutivas para a Liga dos Campeões, o Liverpool tem tido um começo de 2023/24 dos mais promissores.

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Apesar de já terem enfrentado dois dos adversários mais fortes do país (Chelsea e Newcastle), os Reds ainda estão invictos na Premier League. Com sete pontos conquistados em três rodadas, ocupam a quarta colocação. Apenas o Manchester City (nove) tem uma pontuação maior.

O próximo compromisso de Alisson e cia. é a partida contra o Aston Villa, domingo, em Anfield. Na sequência, o clube entra em recesso de quase duas semanas por conta da Data Fifa reservada para jogos das seleções.

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