Rafael Reis

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Displicência, lesões e doping: como Pogba 'matou' sua carreira aos 30 anos

Quatro temporadas atrás, Paul Pogba tinha um valor de mercado estimado em 100 milhões de euros (R$ 530,1 milhões), era o meio-campista mais caro do planeta e estava com o moral lá nas alturas devido às boas atuações que ajudaram a França a ganhar a Copa do Mundo da Rússia-2018.

Hoje, apesar de só recentemente ter completado 30 anos, o camisa 10 da Juventus já parece um jogador em fim de carreira. Seu preço despencou para 15 milhões de euros (R$ 80 milhões), sua presença em campo resumiu-se a pouco mais de 200 minutos ao longo dos últimos 12 meses e convocações para a seleção ficaram no passado.

Para piorar, o outrora meio-campista admirado pelo mundo inteiro acabou de ser pego em um exame antidoping e agora corre risco de ser suspenso do futebol por quatro anos.

Ou seja, pelos mais variados fatores, é fato que Pogba conseguiu algo que parecia quase impossível para um jogador dotado de tantos recursos técnicos: arruinar sua carreira.

Displicência é o seu nome

Durante muito tempo, esse foi considerado o principal (talvez até o único) problema de Pogba.

Desde que se firmou como um dos grandes nomes do futebol mundial, o francês convive com reclamações, especialmente dos torcedores dos clubes que defendeu, de que não é dos atletas mais dedicados em campo e "escolhe" alguns poucos jogos para se destacar.

De fato, o meia tem um longo histórico de alternar atuações de gala, dignas dos grandes jogadores da história, com períodos em que pouco produz, com zero inspiração, em que parece estar apenas cumprindo horário.

Essas oscilações fizeram com que Pogba, apesar do talento inquestionável, tenha se despedido cedo da corrida pelos troféus individuais. Ele foi eleito craque do Mundial sub-20 de 2013, o melhor jogador jovem da Copa-2014 e o grande nome da Liga Europa 2016/17. Depois disso, nunca mais ganhou um prêmio desse gênero.

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Lesões e mais lesões

Desde a temporada 2019/20, o meia quase não tem conseguido jogar. Por conta especialmente de uma fratura no tornozelo, ele disputou apenas 22 partidas oficiais naquela ocasião, até então o recorde negativo da sua carreira.

O problema é que essa escassez de jogos, sempre provocada por problemas físicos, acabou se transformando em regra da sua trajetória nos últimos anos.

O auge desse processo foi atingido na temporada passada. Assim que trocou o Manchester United pela Juventus, Pogba sofreu uma grave lesão de joelho. Em uma tentativa desesperada de não perder a Copa do Mundo, optou em um primeiro momento por um tratamento conservador e só foi recorreu à cirurgia quando percebeu que estar no Qatar-2022 não era mesmo uma opção real.

Com isso, só voltou aos gramados no fim de fevereiro. E, depois do retorno, já teve pelo menos mais duas contusões, ambas musculares, que o fizeram desfalcar a equipe bianconera.

Testosterona

Pogba foi flagrado no exame antidoping realizado durante a partida contra a Udinese, pela primeira rodada do Campeonato Italiano. Na ocasião, o meia francês ficou o tempo todo no banco. Mesmo assim, foi sorteado para fazer o teste.

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A substância proibida encontrada na sua urina foi a testosterona. De acordo com a "Gazzetta dello Sport", o meia ingeriu o composto em um suplemento dietético comprado em Miami (EUA) por indicação de um amigo médico.

Por enquanto, Pogba está suspenso provisoriamente por tempo indeterminado. A pena máxima para casos de doping por testosterona é de quatro anos, mas ela só costuma ser aplicada se for comprovada a intenção do jogador em consumir a substância para obter alguma vantagem esportiva.

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