Rafael Reis

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Por que tantos jogadores não curtem Sampaoli e fazem questão de criticá-lo?

A pesada declaração do meia-atacante espanhol Suso Fernández, do Sevilla, que classificou Jorge Sampaoli como pior treinador com quem já trabalhou, não é a primeira crítica pública endereçada ao atual comandante do Flamengo vinda de um dos seus antigos subordinados.

O astro argentino Ángel di María, hoje no Benfica, que dividiu vestiários com Sampaoli na Copa do Mundo da Rússia-2018, afirmou dois anos atrás que o técnico é um "cara estranho", que toma decisões incomuns sem dar "nenhuma explicação" ao elenco.

No Flamengo, que começa neste fim de semana a decidir a Copa do Brasil contra o São Paulo, o argentino também já teve atritos que chegaram ao conhecimento do público. O mais famoso deles foi a desavença com Pedro.

Após levar um soco no rosto dado pelo auxiliar Pablo Fernández (que foi demitido), o centroavante emitiu uma nota em que reclamou também dos "escassos minutos recebidos nos últimos jogos" e da "covardia psicológica" que vinha sofrendo nas semanas anteriores à agressão.

Mas, afinal, por que Sampaoli cria tantas inimizades por onde passa e raramente é querido pelos elencos que gerencia?

Amigo não, chefe

O "Blog do Rafael Reis" conversou com pessoas que acompanham a carreira de Sampaoli e ouviu que as maiores desavenças entre o treinador e os jogadores que comanda estão relacionadas a dois fatores: distanciamento e um certo comportamento autoritário do argentino.

O técnico do Flamengo não curte muito a ideia de construir um relacionamento extracampo com seus atletas. Os diálogos são escassos e normalmente se resumem a orientações táticas e técnicas. É tudo muito profissional.

Só que, com esse distanciamento, Sampaoli costuma também deixar claro que ele é pago para dar ordens, enquanto os atletas recebem para obedecer aquilo que foi planejado pela comissão técnica.

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Por conta desse comportamento, o argentino não se preocupa muito em explicar aos jogadores os motivos que o levaram a tomar uma determinada decisão, nem mesmo aquelas que podem provocar um impacto emocional no elenco, como afastamento e punições a jogadores. Ele simplesmente age sem prestar contas.

Títulos são raros na carreira de Sampaoli

O possível título da Copa do Brasil será apenas o terceiro conquistado por um time dirigido por Sampaoli ao longo da última década. O argentino ganhou a Copa América-2015, com a seleção chilena, e o Campeonato Mineiro-2020, à frente do Atlético-MG.

Em quase 30 anos de carreira, o treinador também foi campeão com a Universidad de Chile (três troféus do campeonato nacional e um da Copa Sul-Americana) e na quinta divisão da Argentina.

A decisão da Copa do Brasil, entre Flamengo e São Paulo, dará seu pontapé inicial amanhã, a partir das 16h (de Brasília), no Maracanã. O segundo jogo da final está marcado para o domingo seguinte, no mesmo horário, e será disputado no Morumbi.

Reportagem

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