Rafael Reis

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Por que a elite europeia 'parou' de contratar jogadores brasileiros?

A temporada 2023/24 dos cinco campeonatos nacionais mais importantes do futebol europeu (Inglês, Espanhol, Italiano, Alemão e Francês) conta com a participação de 92 jogadores brasileiros.

À primeira vista, o número até parece expressivo. No entanto, trata-se da menor participação do único país pentacampeão mundial na prateleira de cima do Velho Continente em mais de duas décadas.

A última vez em que a terra de Pelé, Garrincha, Romário, Ronaldo e cia. esteve tão pouco representada na elite europeia foi lá em 2000/01, quando 81 atletas aptos a vestir a camisa canarinho alinharam nessas ligas.

Durante os últimos 23 anos, o Brasil teve períodos de bastante bonança no patamar mais alto da Europa. O auge aconteceu em 2007/08, com 157 atletas do país vestindo as camisas dos clubes da primeira divisão das cinco principais ligas do lado de lá do Oceano Atlântico.

Só que, desde então, esse número vem caindo. E a tendência de queda não é exclusiva dos campeonatos nacionais. A Liga dos Campeões desta temporada tem a menor participação brasileira no século, com 38 jogadores inscritos na fase de grupos.

Por que o Brasil perdeu espaço na elite europeia?

A decadência brasileira na elite do futebol europeu tem duas explicações principais, uma negativa e uma positiva para os torcedores pentacampeões mundiais.

A notícia ruim é que o jogador brasileiro já não é mais tão valorizado e desejado pelo mercado internacional como era no começo do século.

Os mais de 20 anos de jejum da seleção canarinho na Copa do Mundo e o fato de poucos atletas do país serem hoje protagonistas de clubes importantes da Europa (Vinícius Júnior, Casemiro e não muito mais que isso) fecharam portas que antes eram escancaradas para esses atletas.

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Mas a diminuição do êxodo também é resultado de um fortalecimento econômico do futebol nacional. Ao contrário do que acontecia até pouco tempo atrás, já não vale mais a pena para jogadores de times de ponta do Brasil ir embora para jogar em equipes de médio porte de França, Alemanha, Espanha e Itália.

Com o aumento dos salários pagos por aqui e também com os clubes menos dependentes dos valores arrecadados com transferências para o exterior, esse tipo de comércio continua acontecendo quase que exclusivamente com a Inglaterra, dona da liga nacional mais rica do planeta.

No cenário atual, para times de outros países contratarem jogadores de ponta do futebol local, é preciso ser um Barcelona, Real Madrid ou Paris Saint-Germain da vida. E isso também ajuda a diminuir o número de brasileiros espalhados pela Europa.

Brasileiros nas 5 principais ligas da Europa

2023/24 - 92 jogadores
2022/23 - 113 jogadores
2021/22 - 109 jogadores
2020/21 - 119 jogadores
2019/20 - 126 jogadores
2018/19 - 121 jogadores
2017/18 - 118 jogadores
2016/17 - 122 jogadores
2015/16 - 126 jogadores
2014/15 - 111 jogadores
2013/14 - 122 jogadores
2012/13 - 134 jogadores
2011/12 - 117 jogadores
2010/11 - 123 jogadores
2009/10 - 131 jogadores
2008/09 - 153 jogadores
2007/08 - 157 jogadores
2006/07 - 136 jogadores
2005/06 - 133 jogadores
2004/05 - 111 jogadores
2003/04 - 112 jogadores
2002/03 - 102 jogadores
2001/02 - 98 jogadores
2000/01 - 81 jogadores

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