Rafael Reis

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Nos bastidores da Fifa, Arábia já é tratada como sede da Copa do Mundo-2034

Depois de anunciar que a Copa-2030 será disputada em seis países de três continentes diferentes, a Fifa já "decidiu" que a edição seguinte do Mundial, prevista para 2034, será organizada pela Arábia Saudita.

De acordo com fontes ouvidas pelo "Blog do Rafael Reis", a entidade tem certeza absoluta que o torneio que será jogado daqui a 13 anos terá como sede o país onde Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Neymar atuam e nem trabalha com outra possibilidade.

Coincidência ou não, logo após o anúncio das sedes da edição que celebrará 100 anos de história da Copa do Mundo, os sauditas já lançaram oficialmente nas redes sociais a candidatura para abrigar a competição em 2034.

Acordo para favorecer a Arábia?

A decisão de permitir que Argentina, Paraguai e Uruguai (jogos de abertura), além de Espanha, Portugal e Marrocos (restante da competição), recebam partidas da Copa-2030 foi um movimento que, intencionalmente ou não, já encaminhou o Mundial seguinte para os sauditas.

Por conta do rodízio extraoficial de continentes como sede da competição imposto pela Fifa, países de Europa, África e das Américas ficaram impedidos de participar do processo seletivo que acabou de ser aberto.

No mesmo comunicado em que detalhou as sedes da Copa-2030, a entidade também anunciou que está aberta para receber candidaturas visando 2034 das nações filiadas à AFC (Ásia) e OFC (Oceania).

Vale lembrar que, antes do acordo anunciado ontem, cogitava-se que a candidatura conjunta da América do Sul poderia concorrer no processo seletivo seguinte caso fosse mesmo derrotada na escolha dos palcos do Mundial do centenário.

Fifa e Arábia viraram melhores amigas

A quase inevitável escolha da Arábia como sede da Copa-2034 marca o ponto mais alto da intensa aproximação do seu governo com a Fifa.

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Não é exagero dizer que os sauditas são hoje os principais aliados políticos da entidade. E uma prova disso é que foram eles que apresentaram, por encomenda do presidente Gianni Infantino, a proposta para que o Mundial de seleções fosse disputado a cada dois anos.

A ideia não obteve apoio suficiente para sair do papel, mas foi um indicativo de que como a cúpula que gerencia o futebol mundial se dá bem com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

O futuro rei da Arábia Saudita é também o autor intelectual do projeto que levou para o futebol de lá vários nomes do primeiro escalão do cenário global, como os já citados CR7 e Neymar.

A medida também goza do apoio da Fifa, pois enfraquece os times europeus (seus tradicionais opositores, sobretudo no quesito liberação de jogadores para seleções) e fortalece o futuro Mundial de Clubes organizado pela entidade em detrimento da Liga dos Campeões da Europa, que hoje goza do status de principal torneio interclubes do planeta.

Fifa não decide sede, mas influencia

Apesar da "certeza" que a Fifa possui de que a Arábia Saudita receberá a Copa-2034, não é bem ela que decide onde será disputada a competição.

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De acordo com o regulamento da entidade, a sede do torneio é escolhida por meio de votação aberta de sua assembleia, composta por representantes de todas as federações nacionais filiadas a ela (Brasil, Argentina, Alemanha, etc...).

No entanto, é a Fifa quem determina as regras do jogo, ou seja, o que cada candidatura precisa apresentar para ser considerada. Ela também pode costurar acordos nos bastidores, como fez com a edição de 2030, que acabem priorizando uma possível sede em detrimento de outra.

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