Rafael Reis

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Como divórcio bilionário impediu líder do Francês de virar gigante europeu

Manchester City, Chelsea, Paris Saint-Germain, Newcastle... Se não fosse um divórcio, o grupo de clubes que mudaram completamente de patamar neste século por conta de investidores endinheirados e passaram a sonhar com os títulos mais importantes do futebol mundial contaria também com a presença do Monaco.

No começo da década passada, o atual líder do Campeonato Francês ameaçou se transformar em um dos "novos ricos da Europa".

Mas os sonhos de brigar pela Liga dos Campeões e conquistar torcedores bem longe das fronteiras do minúsculo principado onde está sediado só durou até o fim do casamento do seu proprietário, Dmitri Rybolovlev.

Quero ser grande

Magnata do setor de fertilizantes, o russo fez fortuna comprando e vendendo empresas recém-privatizadas durante a queda do comunismo e a dissolução da União Soviética e resolveu investir no futebol, seguindo os passos do seu compatriota Roman Abramovich, que mudou a história do Chelsea.

Entre 2012 e 2014, o Monaco gastou 185,4 milhões de euros (R$ 1 bilhão, na cotação atual) na reformulação do seu elenco, valor superior aos investimentos feitos no mesmo período por City, Manchester United, Barcelona, Bayern de Munique, Liverpool, Juventus e Inter de Milão.

A grana pesada levou para o Stade Louis II nomes importantes do cenário internacional da época, como os colombianos James Rodríguez e Radamel Falcao García, o meia português João Moutinho, o atacante búlgaro Dimitar Berbatov, o volante Jérémy Toulalan e o já veterano defensor Éric Abidal.

Com os reforços de peso e muito dinheiro em caixa, o Monaco foi vice-campeão francês em 2013/14 (ficou nove pontos atrás do igualmente bilionário PSG) e planejava dar o próximo passo no seu ambicioso projeto de expansão quando uma crise pessoal do seu dono jogou tudo pelo ralo.

Fim de casamento, fim de sonho

O fim do casamento de 24 anos com Elena Rybolovleva fez o empresário perder boa parte do seu patrimônio, já que a Justiça determinou que sua ex-esposa tinha direito a receber US$ 4,8 bilhões (R$ 24,8 bilhões) no processo de divisão de bens.

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Após recorrer da decisão, Rybolovlev conseguiu reduzir o valor da indenização para 604 milhões de euros (R$ 3,3 bilhões). Mesmo assim, ficou descapitalizado e precisou reduzir consideravelmente as quantias que investia no futebol.

O clube francês negociou os jogadores que conseguiu (James, por exemplo, foi para o Real Madrid) e parou de gastar com reforços de peso. Na prática, abortou seu projeto de tentar se equiparar aos times do primeiro escalão da Europa, aqueles que brigam pelo título da Champions.

Incapaz de manter o planejamento original, o Monaco passou a priorizar o trabalho de formação de jogadores e a garimpar jovens talentosos que se destacavam em equipes menores. Assim, formou Kylian Mbappé e montou o time que foi campeão francês e semifinalista da Liga dos Campeões em 2016/17. E, agora tenta repetir a dose com um elenco cheio de nomes com menos de 23 anos.

Equilíbrio acima de tudo

Com um Paris Saint-Germain ainda sem encontrar seu melhor futebol depois da saída de Lionel Messi e Neymar e acumulando tropeços, o Francês está tendo um começo de temporada bem mais equilibrado do que de costume.

Após sete rodadas disputadas, somente cinco pontos separam o líder, Monaco (14), do 12º colocado, o tradicional Olympique de Marselha (9).

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Amanhã, os monegascos têm um confronto direto pela ponta da tabela, já que visitam o Reims (13), terceiro na classificação, que, dependendo também de outros resultados, pode sair do fim de semana como o novo time a ser batido na França.

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