Uniforme vira polêmica na Inglaterra por atrapalhar e constranger jogadoras
Um uniforme que prejudica o desempenho em campo e ainda causa o constrangimento de permitir que os torcedores vejam com clareza todos os contornos dos corpos dos atletas. É esse o problema com o qual jogadores e jogadoras de três clubes da primeira divisão do Campeonato Inglês estão precisando lidar nesta temporada.
Aston Villa, Newcastle e Wolverhampton andam descontentes com as versões 2023/24 das camisas e calções produzidos pela Castore, empresa britânica que lhes fornece material esportivo.
A reclamação, recorrente na imprensa inglesa desde a largada da temporada, é que o uniforme faz os atletas transpirarem demais e absorve água em uma quantidade acima do normal, o que deixa mais pesado do que o habitual.
Perda de desempenho
As primeiras reclamações vieram dos jogadores do Aston Villa ainda durante a pré-temporada.
Classificação e jogos
De acordo com o jornal britânico "The Telegraph", o elenco chegou a fazer uma reclamação formal com a diretoria por conta de um uniforme que, na visão deles, estaria até mesmo prejudicando o desempenho do time.
A explicação é que, com o uniforme encharcado e grudado no corpo por conta do acúmulo de suor, os atletas estariam se sentido desconfortáveis e pesados demais para executar jogadas em alta velocidade.
Ainda segundo o "Telegraph", o Aston Villa entrou em contato com a Castore, ameaçou antecipar o fim do contrato com a marca e ouviu dela que uma nova linha de camisas, produzida com tecnologia diferente da atual, será produzida para minimizar o problema.
Hipersexualização
Só que a questão não foi resolvida antes do início da versão feminina da Premier League. E o uniforme que tantas críticas já vinha recebendo amplificou um problema já recorrente no futebol das mulheres: a sexualização dos corpos das atletas.
Durante a semana, logo após a realização da primeira rodada do Inglês, fotos da atacante suíça Alisha Lehmann (Aston Villa) com o uniforme encharcado e colado no corpo, ressaltando os bicos dos seios e o contorno das nádegas viralizaram nas redes sociais.
"Cabe ao departamento jurídico do clube discutir com a Castore uma forma de resolver esse problema. Por mais difícil que seja, é algo que eu e minhas jogadoras estamos tentando ignorar", afirmou a diretora responsável pelo time feminino do Aston Villa, Carla Ward.
E nem dá para dizer que o incômodo vivido por Lehmann tenha sido algo imprevisível. Pelo menos um mês antes do pontapé inicial da competição, a comunidade do futebol feminino britânico já vinha discutindo o tema e manifestando sua preocupação.
"O Aston Villa terá quatro jogos transmitidos pela TV. Normalmente, essas são as partidas mais esperadas pelas jogadoras. Mas, desta vez, é diferente. Elas estão preocupadas porque sabem como esse uniforme ficará molhado em seus corpos", disse a comentarista da "Sky Sports" Jacqui Oatley, ainda em setembro.
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receber"Uma jogadora já tem muito o que pensar dentro de campo para ter de se preocupar com sua camisa grudando no corpo. É um problema do ponto de vista de performance, mas também estético", completou.
Deixe seu comentário