Rafael Reis

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Herói do Boca passou metade da carreira no banco e com fama de 'frangueiro'

Em 2015, durante o aquecimento para uma partida entre Manchester United e Aston Villa, válida pelo Campeonato Inglês, Sergio Romero não conseguiu segurar um chute relativamente fraco dado pelo preparador de goleiros e viu a bola passar por baixo das suas pernas até morrer dentro do gol.

Mesmo que não tenha acontecido em um jogo de verdade, daqueles que valem três pontos, o frango viralizou nas redes sociais, rodou o mundo e arrancou gargalhadas de torcedores e jornalistas que ficaram constrangidos com aquela cena.

O episódio é só uma das várias lembranças de que o herói da classificação do Boca Juniors para a final da Copa Libertadores da América, o goleiro que venceu três disputas de pênaltis consecutivas (com direito a seis cobranças defendidas, duas delas do Palmeiras), nunca foi visto como alguém especial.

Pelo contrário: apesar de ter sido titular da meta da Argentina em duas Copas do Mundo (2010 e 2014), Romero passou boa parte da carreira sentadinho no banco e precisando lidar com uma bela fama de "frangueiro".

Quase sempre reserva

Hoje com 36 anos, o camisa 1 do Boca atuou durante 15 temporadas na Europa e passou por clubes importantes do Velho Continente, como United, Monaco e Sampdoria. No entanto, durante oito anos consecutivos (de 2013 a 2021), ele foi reserva por lá.

O argentino não era considerado um goleiro suficientemente confiável para ser a primeira opção de times que brigam na parte de cima da tabela dos campeonatos que disputam. Era alguém capaz de grandes defesas (sobretudo nos pênaltis, sua especialidade), mas que tinha suas "panes".

Por conta dessa característica e também da falta de ritmo de jogo, houve uma enorme pressão antes da Copa-2014 para que o técnico Alejandro Sabella trocasse o goleiro titular da Argentina. O treinador ignorou os pedidos, manteve Romero na posição, ganhou uma disputa de pênaltis e foi vice-campeão mundial.

Consagração só na Bombonera

Quando acertou o retorno à Argentina para defender o Boca, em agosto do ano passado, Romero já não parecia ter muita lenha para queimar.

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O goleiro vinha de uma temporada de rebaixamento no Campeonato Italiano com o modesto Venezia, com direito a dois meses de desemprego e uma lesão no joelho que o deixou quase 90 dias afastado dos gramados.

Só que Romero ganhou vida nova depois que pisou na Bombonera. Com uma média impressionante de pênaltis defendidos (pegou 12 dos 23 que cobraram contra sua meta desde que chegou ao clube), transformou-se em ídolo instantâneo xeneize.

E agora vive a expectativa de não apenas conquistar o título mais importante da sua carreira (pelo menos como titular) como também de ser eleito o grande nome desta edição da Libertadores.

Penta do Brasil?

Boca Juniors e Fluminense decidem a Libertadores-2023 no dia 4 de novembro, no estádio do Maracanã. Essa será a segunda final do torneio sul-americano disputada na arena carioca desde que a Conmebol passou a adotar o modelo de jogo único para definir o campeão -em 2020, o Palmeiras levou a melhor sobre o Santos.

Caso a taça fique com o "time da casa", esse será o quinto ano consecutivo que um clube brasileiro se consagra como melhor do continente, marca que jamais foi atingida pelo futebol pentacampeão mundial em mais de seis décadas de história da competição

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Apesar do domínio recente, construído graças às conquistas do Flamengo (2019 e 2022) e do Palmeiras (2020 e 2021), o Brasil ainda continua atrás da Argentina no ranking de troféus levantados: 25 a 22.

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