Rafael Reis

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Dono do Botafogo afunda o Lyon e faz potência virar vice-lanterna na França

Ao mesmo tempo em que comemora a liderança do Campeonato Brasileiro e conta as rodadas para levantar o troféu de melhor time do país com o Botafogo, John Textor está tendo uma dor de cabeça danada com o clube que deveria ser o carro-chefe dos seus investimentos no futebol.

Campeão francês durante sete anos consecutivos no começo do século e tratado durante muito tempo como sinônimo de administração de excelência na Europa, o Lyon vive simplesmente o pior início de temporada da sua história.

A equipe, que terminou todas as últimas 27 edições da Ligue 1 na metade de cima da tabela, ainda não venceu em 2023/24.

Com três pontos conquistados nas primeiras oito rodadas, ocupa a vice-lanterna da elite da França. E ainda tem a desvantagem de ter um jogo a mais que o Clermont (2), único time abaixo dele na classificação.

Divergência com dirigente histórico

Apesar de ter sido campeão nacional pela última vez em 2008, ou seja, antes de o Paris Saint-Germain ser comprado por um fundo de investimentos ligado ao governo do Qatar e se tornar a nova força dominante da França, o Lyon continuou sendo uma força competitiva no cenário local enquanto esteve sob administração de Jean-Michel Aulas.

Manter o histórico presidente à frente do clube também era o desejo inicial da Eagle Football, holding de posse de Textor. No fim do ano passado, quando investiu 800 milhões de euros (R$ 4,3 bilhões) para se tornar o acionista majoritário da equipe francesa, o empresário norte-americano fez questão de manter Aulas no cargo.

Só que a parceria não durou muito. Descontente com o orçamento apresentado pela administração do dono do Botafogo para a temporada 2023/24, o dirigente decidiu se aposentar dos trabalhos cotidianos, entregou a presidência para Textor e assumiu uma função apenas decorativa.

Bomba atrás de bomba

Para piorar, o DNCG, órgão regulador das finanças do futebol francês, resolveu fazer uma varredura nas contas do Lyon e concluiu que o clube não tinha as garantias financeiras necessárias para arcar com os custos da nova temporada.

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Por conta disso, o time foi punido com a proibição de aumentar sua folha salarial para 2023/24 e de reinvestir o dinheiro recebido com transferências de jogadores.

Na ânsia de reforçar sua equipe sem ferir o orçamento estipulado e aprovado pela DNCG, Textor fez uma manobra no mínimo polêmica. Utilizou um outro clube do grupo (o Molenbeek, da Bélgica) para contratar por 25 milhões de euros (R$ 133,3 milhões) o atacante ganense Ernest Nuamah e o repassou gratuitamente e de imediato, via empréstimo, ao Lyon.

Só que a transferência está sendo investigada pela Fifa por supostamente ferir seus códigos e pode render uma nova sanção ao clube francês e seu proprietário.

Plano de salvação

Preocupado com a precária situação econômica do Lyon, mas também com o risco de um inédito rebaixamento para a segunda divisão francesa, Textor já está colocando em prática uma espécie de "pacote de salvação" do clube.

Para sanar os problemas financeiros, a ideia do investidor é vender alguns ativos do clube, como a Arena LDLC e OL Reign, time que disputa a liga feminina de futebol dos Estados Unidos, e arrecadar 300 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão) com as operações.

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Esportivamente, Textor já mexeu os pauzinhos para a chegada de dois reforços ao Lyon na janela de janeiro: o goleiro Lucas Perri e o zagueiro Adryelson, ambos do Botafogo (também de sua propriedade) e que estiveram na seleção brasileira na recém-encerrada Data Fifa.

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