Campeão mais inusitado da Sul-Americana reforçou fama de 'galinha' do River
Fortaleza e LDU decidem amanhã, a partir das 17h (de Brasília), em Maldonado (URU), o título da temporada 2023 da Copa Sul-Americana. Mas, independentemente do resultado da partida, o torneio continental não terá o seu campeão mais surpreendente.
Esse posto continuará pertencendo ao Cienciano, que faturou a segunda edição da competição, jogada lá em 2003, e protagonizou o maior momento de toda a história de um time peruano.
Ainda mais porque o título foi conquistado em cima de um dos gigantes do continente, o River Plate. Aliás, o resultado surpreendente contribuiu para eternizar o apelido de "gallinas" (galinhas, em português) do clube argentino.
Como o Cienciano foi campeão
Vinte anos atrás, a Sul-Americana tinha um formato bem diferente do atual e era toda jogada em sistema de mata-matas. Para chegar à decisão, o Cienciano venceu confrontos eliminatórios contra Alianza Lima (Peru), Universidad Católica (Chile), Santos e Atlético Nacional (Colômbia).
Classificação e jogos
Na decisão, teve pela frente um River cheio de estrelas que haviam jogado na Europa e futuros astros que mais tarde construiriam carreira no exterior. Javier Mascherano, Marcello Gallardo, Marcelo Salas, Maxi López e Eduardo Coudet eram alguns dos nomes que faziam parte do elenco argentino.
No primeiro jogo, em Buenos Aires, houve empate por 3 a 3. Assim, quem vencesse a segunda partida ficaria com o título. E, graças a um gol do paraguaio Carlos Lugo, os peruanos ganharam por 1 a 0 para a festa dos 45 mil torcedores que encheram o estádio de Arequipa.
Fama reforçada
A queda surpreendente fez a alegria dos torcedores dos principais rivais do River, em especial os do Boca Juniors, que fizeram questão de defender que o resultado reforçava a fama de "gallinas" (algo similar ao "cavalo paraguaio" usado no Brasil) do clube.
O apelido do time do Monumental de Núnez surgiu também depois de uma derrota em uma decisão continental em que era apontado como favorito. No jogo do título da final da Libertadores-1966, o River chegou a abrir 2 a 0 sobre o Peñarol, mas levou o empate e acabou cedendo a virada na prorrogação.
A zoeira apareceu no jogo seguinte, válido pelo Campeonato Argentino. Um torcedor do Banfield soltou no gramado uma galinha branca com uma faixa vermelha, reproduzindo o uniforme do River, como provocação pelo tropeço na decisão da Libertadores. A história teve enorme repercussão, e o apelido pegou.
Disputa pelo 2º lugar
Assim como acontece na Libertadores, a segunda competição interclubes mais importante organizada pela Conmebol também tem domínio histórico dos argentinos, que ganharam nove das 21 edições já encerradas.
Brasil e Equador, as nações dos clubes finalistas deste ano, disputam a segunda colocação no ranking. Os pentacampeões mundiais levantaram o troféu em cinco oportunidades, enquanto a terra da LDU faturou três títulos.
Na decisão de amanhã, o Fortaleza busca se transformar no quinto clube brasileiro a vencer a Sul-Americana. Athletico-PR (2018 e 2021), São Paulo (2012), Internacional (2008) e Chapecoense (2016) são os outros campeões oriundos do país.
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